O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do País, conseguiu aumentar a freqüência escolar, segundo revelou pesquisa realizada pelo Centro Internacional de Pobreza, instituição de pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Para receber o benefício, o programa exige que os pais mantenham os filhos na escola. O estudo mostrou que as beneficiárias faltavam e abandonavam menos: diferença de 3,6 pontos porcentuais e 1,6 ponto porcentual, respectivamente, em comparação a crianças pobres que não recebiam o Bolsa Família. Por outro lado, a repetência era maior entre os alunos cuja família estava cadastrada no programa.

O programa brasileiro foi comparado ao programa de transferência de renda do México, o Oportunidades, e foi constatado que o mexicano teve efeitos parecido: aumento a freqüência escolar e até mesmo a aprovação, mas os beneficiados se saíram pior nas provas.

"Estes impactos educacionais, negativos à primeira vista, não devem ser tomados como tal", afirmaram os pesquisadores. Segundo o estudo, os programas tendem a colocar na escola quem havia abandonado ou nunca havia estudado e, por isso, os resultados podem não ser satisfatórios. "É até de se esperar que a distorção entre a idade e série seja maior, e que os resultados de testes sejam em média piores", destacaram os autores. De qualquer maneira, advertem, é possível que o sistema de ensino não esteja adequadamente preparado para receber esses alunos.

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