O inspetor Júlio Monteiro, ex-coordenador do Grupo de Resposta Especiais (GRE), da Polícia Civil de Minas Gerais, reiterou hoje a acusação de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, integrava uma organização de extermínio dentro da equipe de elite da polícia mineira, embora estivesse excluído da corporação desde 1992. Bola é apontado pela polícia como autor da suposta execução e sumiço dos restos mortais de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes Souza.
A Corregedoria informou hoje que abriu inquérito para apurar as imagens em que Bola aparece em um vídeo participando de treinamento do GRE no sítio em Esmeraldas (MG). Monteiro alegou que não sabia que Bola não pertencia à corporação e negou que ele desse aulas para o grupo. No depoimento que prestou no dia 21 de maio de 2009 na Corregedoria-Geral de Polícia, Monteiro informou que recebeu um envelope com a denúncia anônima, envolvendo Bola e outros dois ex-integrantes do GRE. No relato, o inspetor disse que, no fim de 2008, dois rapazes foram presos pelos acusados e levados para o interior do sítio alugado por Bola – onde a polícia fez buscas pelos restos mortais de Eliza -, para um local chamado de “casa para matar”.
Segundo o depoimento, os jovens foram “desmembrados” com um facão por um inspetor identificado como Gilson e os restos mortais queimados com ajuda de pneus. As vítimas teriam sido mortas em um método de assassinato e ocultação de cadáver semelhante ao que foi descrito pelo primo de Bruno em relação a suposta morte de Eliza. “Segundo consta, os cães eram dele (Bola) e ele participou de toda mecânica desses acontecimentos. Ele ajudou a algemar, ajudou a prender, ajudou a esquartejar, ajudou a queimar, ajudou a sumir com as cinzas.”
O advogado do ex-policial, Zanone Oliveira Júnior, contestou as denúncias. “Estão pintando um monstro na figura do meu cliente”, disse. “Isso é um absurdo, isso é uma pantomima, isso é uma balela.”