Boato fala em morte de chefe de tráfico do Alemão

A polícia do Rio está tentando confirmar um boato que está circulando desde o início da manhã desta quinta-feira, 23, nas favelas dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, de que o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, teria morrido no Paraguai.

Pezão era o chefe das bocas de fumo do Alemão quando o conjunto de favelas foi ocupado pelas forças de segurança, em novembro de 2010, após uma onda de ataques orquestradas por traficantes que deixou mais de 50 mortos e levou pânico à população. Apesar do enorme cerco policial na ocasião, que pela primeira vez contou com o auxílio de blindados da Marinha, o bandido conseguiu escapar.

Para o comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, coronel PM Paulo Henrique de Moraes, a possível morte de Pezão seria o verdadeiro motivo pelo luto imposto pelo tráfico nos complexos do Alemão e da Penha, que levou ao fechamento do comércio e escolas nas comunidades nesta quinta-feira.

Inicialmente, as autoridades acreditavam que o luto teria sido causado pela morte do traficante Anderson Simplício de Mendonça, conhecido como Orelha, de 29 anos, durante uma troca de tiros com PMs no Alemão na noite de quarta-feira, 22. Entretanto, segundo a polícia, o bandido era “gerente” de uma boca de fumo na Favela da Grota. Para o coordenador das UPPs, a morte de um traficante de segundo escalão não causaria essa forte reação dos criminosos.

Ocupação

Além de Pezão, também escapou da ocupação de novembro de 2010 o comparsa Fabiano Atanázio da Silva, o FB, que chefiava a venda de drogas no vizinho Complexo da Penha. FB acabou preso em janeiro do ano passado, numa casa de luxo em Campos do Jordão, no interior de São Paulo.

As comunidades da Penha e do Alemão eram consideradas o quartel-general do Comando Vermelho, principal facção de traficantes do Rio. Elas ficaram um ano e meio ocupadas por tropas da Força de Pacificação do Exército. Os militares deixaram os conjuntos de favelas em meados do ano passado, quando foram substituídos por policiais militares das oito Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) inauguradas pela Secretaria de Segurança.

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