O consórcio Madeira Energia, vencedor do leilão realizado no ano passado para a construção da usina hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, deu entrada a um pedido de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na semana passada. A expectativa dos técnicos do banco estatal de fomento é que a instituição "enquadre" o pedido (aprovação na parte técnica) até o fim deste mês, segundo informações do banco. Após o enquadramento, o empréstimo é avaliado pela diretoria, que aprova (ou não) o financiamento.
O BNDES montou um pacote especial para o projeto do Madeira, com a previsão de financiar até 80% do empreendimento. A usina, com potência de 3.150 megawatts (MW), é maior projeto do setor de energia em andamento atualmente, com a previsão de investimentos de R$ 9,5 bilhões ao longo de cinco anos, com a geração de energia a partir de 2012.
O consórcio Madeira Energia é formado pelas empresas Furnas Centrais Elétricas (39%); Odebrecht Investimentos em Infra-estrutura (17,6%); Construtora Norberto Odebrecht (1%); Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP), formado pelos bancos Banif e Santander (20%); Andrade Gutierrez Participações (12,4%); e Cemig Geração e Transmissão (10%). A proposta vencedora fixou em R$ 78,87 por megawatts-hora (MWh) o preço da energia da usina.
Petros
A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, divulgou nota informando que a entidade continua mantendo contados com o consórcio Madeira avaliando a possibilidade de participar do empreendimento como investidora. A entidade ressalva, porém, que só irá participar do projeto se o mesmo atender "aos princípios de responsabilidade sócio-ambiental, econômico e jurídico". Ainda segundo o comunicado da Petros, a fundação aderiu no ano passado ao "Princípios para o Investimento Responsável (PRI)", da Organização das Nações Unidas.