Provocada pela Procuradoria da República, a Justiça Federal do Rio colocou em indisponibilidade os bens de seis servidores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e de quatro diretores da empresa farmacêutica Aventis Pharma Ltda, subsidiária da francesa Aventis Pharma S.A. Na ação civil pública por improbidade administrativa, eles são acusados de manobras ilegais que dariam exclusividade à fábrica de medicamentos, por cinco anos, na venda do princípio ativo docetaxel triidratado, usado no tratamento de combate ao câncer de mama.

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Estudos do Instituto de Pesquisas de Mercado Oscar Vilhena citados na ação pelo procurador Edson Abdon mostraram que o princípio ativo docetaxel, em 2004, rendeu à empresa cerca de R$ 44,4 milhões ou R$ 3,7 milhões ao mês. Com base nesses dados, o procurador alegou que os prejuízos aos cofres públicos e os danos morais coletivos podem atingir R$ 100 milhões, valor dos bens que ele pediu que fossem colocados em indisponibilidade.

Para o procurador, foram atingidos interesses particulares de empresas que pretendiam comercializar o mesmo medicamento no Brasil e da população, que pagou mais caro pelo remédio. O Ministério da Saúde teria sido obrigado a comprar o docetaxel por falta de produto semelhante no mercado brasileiro. Ontem, a reportagem tentou falar com o advogado da empresa, Gustavo Binenbojm, mas não obteve resposta. No INPI, a assessoria de imprensa comunicou que nenhum dos seus empregados acusados foi notificado e, portanto, não poderiam falar.

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