A folia continua a mil nesta segunda-feira (16) em Belo Horizonte. Apesar de o movimento pela manhã ter sido bem menor que nos dias anteriores, a animação dos foliões voltou com força total durante a tarde e apenas um dos blocos, o Baianas Ozadas, reuniu 60 mil foliões, segundo estimativa da Polícia Militar (PM).
O público é mais da metade das cerca de 100 mil pessoas que participaram da festa promovida por pelo menos 20 blocos que desfilaram nas ruas da capital no domingo, também de acordo com a PM. Hoje, a previsão era de que aproximadamente 15 blocos animem a folia em diversas regiões da capital.
Ao contrário dos dias anteriores, os blocos que tinham concentração marcada pela manhã estavam vazios e apenas alguns integrantes das baterias estavam a postos, como no bloco Seu Vizinho, cujo encontro estava previsto para as 10h na Praça do Cardoso, na Favela do Cafezal, uma das maiores da cidade.
“Vou aproveitar para descansar um pouquinho mais e voltar mais tarde”, disse o comerciante João Rodrigues Lara, de 22 anos, que contou estar na folia “desde quinta-feira sem parar”.
Impasse
À tarde, porém, as dezenas de milhares de foliões que coloriram as ruas de Belo Horizonte nos outros dias já mostravam que estavam recuperados e prontos para continuarem na folia. Desde às 12h, uma multidão se concentrava na Praça da Liberdade, na Savassi, para participar do Baianas Ozadas. E a multidão não parou de crescer no local, com muita confusão no trânsito, por causa de um “impasse” entre os organizadores e o Corpo de Bombeiros, segundo o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Mauro Werkema.
Os bombeiros consideraram que o carro de som do bloco era um trio elétrico e não poderia desfilar porque a organização não apresentou um projeto de segurança. “É um carro de som”, reforçou Werkema, que auxiliou nas negociações para que o bloco fosse liberado, o que ocorreu por volta das 14h30, após vistoria no veículo feito pelos próprios bombeiros, além de policiais militares e representantes da BHTrans, empresa responsável pelo controle do trânsito e do transporte público da capital.
Ao iniciar o desfile, segundo a PM, os cerca de 60 mil foliões começaram a descer a avenida João Pinheiro em direção ao centro da cidade animados por músicas de baianos como Gilberto Gil e grupos de axé. “Por mim, andando ou parado, tanto faz. A festa está demais”, comemorava a estudante Deborah Cintra, de 20.
O bloco se dirigia para a Praça da Estação, ponto próximo de outro bloco que chamou a atenção pelo figurino dos participantes. O Corte Devassa foi formado principalmente por foliões paramentados com trajes da corte imperial e regados a champanhe bebida em finas taças mesmo nas mãos daqueles que desfilaram sobre charretes ou cavalos.
Além dos blocos, a festa em Belo Horizonte também é animada por som mecânico nas chamadas estações do samba – que funcionam em diversas regiões da cidade.