Um mês após o reajuste da tarifa de ônibus em São Paulo, passageiros têm sofrido com o atraso na entrega do bilhete único que permite recargas semanais, mensais e diárias – a alternativa oferecida pela Prefeitura para driblar a alta da passagem. Em alguns casos, as pessoas chegam a receber um e-mail da São Paulo Transporte (SPTrans), para retirar o cartão, mas no posto autorizado são informadas de que ainda não está pronto.

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A decisão da gestão Fernando Haddad (PT) de congelar o preço dos bilhetes temporais aconteceu junto com o anúncio do aumento da passagem de ônibus para R$ 3,50. Nas modalidades diárias, semanais e mensais, foram mantidos os valores anteriores de R$ 3, para tarifas únicas, e R$ 4,65, para integração. À época, a Prefeitura informou que o cartão levaria em média 10 dias para ser confeccionado. A espera pelo novo cartão, no entanto, pode passar de 30 dias.

A estudante Rayla Benazzi, de 23 anos, decidiu migrar para o bilhete mensal por causa das compensações financeiras. Para isso, seguiu todos os passos: fez o cadastro, enviou dados e foto 3×4. Na semana passada, recebeu um e-mail da SPTrans. “Informaram que o bilhete estava ativado, liberado para recarga e para utilização”, conta.

Quando foi ao posto autorizado em Santa Cecília, na região central, na tarde de terça-feira, 3, teve uma surpresa. A atendente pediu que ela voltasse em cinco dias, porque o cartão ainda não havia chegado na unidade. “Só me explicaram que houve atraso em um malote e, por isso, ainda não estavam com meu bilhete único”, diz.

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A mesma justificativa foi dada ao engenheiro Rodrigo Teixeira, de 45 anos, que recebeu o e-mail confirmando que poderia buscar o cartão. “Minha previsão é que esse bilhete reduza 20% do meu gasto.” Mas ele contemporiza o atraso. “É um novo serviço. Todo começo tem seus problemas.”

Estudante

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Em meio ao início do período letivo, muitas pessoas também têm encontrado dificuldades para retirar ou revalidar o Bilhete Único Estudante, que dá direito ao passe livre. Após esperar por quase de três horas na fila do Terminal Lapa, na zona oeste, a estudante Alessandra Coutinho, de 16 anos, saiu do posto de atendimento aos prantos. Moradora de Osasco, na Grande São Paulo, ela precisou perder aula para tentar buscar o cartão.

“A atendente informou que os bilhetes agendados para o dia 29 ainda não tinham chegado”, diz. “Estou em ano de vestibular. Não posso ficar perdendo aula nem gastando passagem para resolver isso.”

A estudante Gilian Santos, de 29 anos, não conseguia recarregar seu cartão no Terminal de Pinheiros, na zona oeste. “Desde que os créditos acabaram, eu não consigo mais usar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.