Teve início nesta quarta-feira, 9, o recapeamento da parte da pista da avenida Pedro I, em Belo Horizonte, destruída pelo desabamento do viaduto Guararapes, ocorrido há uma semana. Mas o tráfego só deve ser liberado na via no sábado (12) porque, segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), é necessário “esperar a secagem” do material.
Uma comissão foi formada para definir a melhor forma de demolição da parte da estrutura que foi preservada por ordem da Justiça para a perícia que tenta apurar a causa do desabamento que causou duas mortes e deixou 23 feridos.
A operação é considerada de risco, segundo o chefe da Comdec, coronel Alexandre Lucas, por causa da proximidade dos escombros com um condomínio residencial. De acordo com o militar, equipes da Defesa Civil estão em tempo integral nos condomínios para o “pronto atendimento” aos moradores, que reclamaram de rachaduras nos apartamentos após o desabamento.
Durante os trabalhos de demolição da estrutura foram realizadas pausas periódicas para monitoramento dos prédios, assim como da outra alça do viaduto Guararapes ainda de pé. Nesta parte da estrutura, que está cercada num raio de dez metros, está o pilar central que afundou. A demolição é necessária para a conclusão da perícia realizada pela Polícia Civil.
Segundo Alexandre Lucas, não há risco de novos desabamentos, mas, em uma hipótese mais extrema, os moradores de um dos edifícios poderiam ser transferidos para um hotel durante estes trabalhos. As despesas seriam custeadas pela Construtora Cowan, responsável pela obra na qual que incluía o viaduto que ruiu.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) veiculou informe publicitário no qual afirma que também cobrará “ressarcimento por falhas que venham a ser comprovadas em qualquer etapa da obra”. Horas após o desabamento do viaduto, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), afirmou que houve “um erro” no projeto, feito por “uma empresa renomada, de grande porte e de sucesso no mercado”.
O contrato com a Cowan, assim como a obra, estão sob investigação do Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de irregularidades e superfaturamento. A construtora assumiu a obra após a extinção do Consórcio Integração, feito em parceria com a Delta Engenharia e extinto após a revelação dos estreitos laços do presidente da companhia, Fernando Cavendish, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.