Brasília – O secretário-geral do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), defendeu ontem a expulsão do partido de seu antecessor, Silvio Pereira, e do ex-tesoureiro da sigla, Delúbio Soares. Propôs também abertura de comissão de ética interna para apurar o suposto envolvimento de outros petistas, entre eles o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (SP), no esquema do mensalão.
Análise parcial de dados bancários das empresas do publicitário Marcos Valério feita pela CPI dos Correios revelou pagamentos em dinheiro que beneficiaram direta ou indiretamente pelo menos três deputados federais do PT: João Paulo Cunha, o líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), e Josias Gomes (BA). "Eu, pessoalmente, defendo a exclusão porque eles (Delúbio e Pereira) abusaram da confiança política que é outorgada à Executiva", disse Berzoini. "Eles não deram à Executiva e ao Diretório Nacional conhecimento do tipo de gestão que estavam fazendo".
Em relação aos demais deputados do PT cujos nomes pessoas ligadas a eles aparecem entre os que sacaram dinheiro das contas da SMP&B de Marcos Valério, Berzoini defendeu que eles dêem explicações à comissão de ética do PT. "Qualquer petista sobre o qual houver acusação tem de ser levado à comissão de ética", afirmou.
"Esses parlamentares devem claras e efetivas explicações à sociedade, ao Ministério Público, à Justiça e ao próprio PT." O secretário-geral do PT, porém, ressalvou que não se pode fazer prejulgamento. "Não se pode culpar sem apurar comprovação", observou, destacando a necessidade de que as investigações ocorram com "serenidade e tranqüilidade". E insistiu: "Eles precisam dizer qual o significado da menção de seus nomes."