O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (15) que o governo vai cortar o salário dos dias parados dos auditores da Receita Federal que estão em greve desde o dia 18 de março. Entretanto, ele explicou que, por enquanto, o corte ocorrerá apenas dos dias subseqüentes à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o não-pagamento dos salários, tomada na quinta-feira (10). "Depois que o mérito for julgado, e acredito que nós vamos vencer, vamos descontar todos os dias parados", disse Bernardo, que destacou ainda que a greve não pode ser comparada a um período de férias.
Em relação à regulamentação da lei de greve do serviço público, o ministro disse que, embora seja a favor de uma lei específica, reconhece que a decisão do STF, que estabeleceu que vale para o setor público a mesma regra do setor privado, resolveu o vácuo legal que existia. Ele disse ainda que está pronto um projeto de reajuste para uma série de categorias do serviço público e que pretende incluir nesse projeto setores que ainda estão em negociação, como os auditores, os advogados da União e os militares. Afirmou, porém, que se não houver acordo enviará o projeto do jeito que está, reajustando o salário de cerca de 12 categorias.
Em entrevista coletiva à imprensa após a abertura da marcha dos prefeitos, Bernardo informou que nesta terça-feira (15) foi publicado um decreto criando um portal para os convênios da União com municípios, que vai simplificar e padronizar a prestação de informações para a realização de transferências voluntárias da União aos municípios. Segundo ele, também vai permitir maior transparência e um aumento da fiscalização. O portal já terá validade a partir de 1º de maio e foi citado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no seu discurso na abertura do evento.
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