Manter os investimentos em alta é a chave para proteger a economia brasileira contra os efeitos da crise internacional. Essa é a avaliação corrente no governo, segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "O presidente Lula nos orientou a tranqüilizar os agentes econômicos, para preservar investimentos?, disse.
Do ponto de vista do governo, a crise não trouxe efeitos para a economia brasileira. "Vamos ser sinceros: o efeito é zero, com exceção da Bolsa de Valores, que trabalha apostando nas cotações de Nova York?, comentou o ministro. "Fora isso, não temos problema nenhum: não caíram as nossas exportações, não se alterou substancialmente o valor da moeda, não teve queda do consumo, a inflação não foi alterada." A equipe econômica, porém está atenta a qualquer sinal de piora que possa afetar a economia do País.
No esforço de manter o moral do empresariado alto, Lula tem aberto espaço em sua agenda para receber presidentes de grandes empresas. Só em janeiro, foram cinco: Eugênio Staub (Gradiente), Gabriele Galateri di Genola (Telecom Itália), Shoei Utsuda (Mitsui), Gisela Mac Laren (Mac Laren Oil) e John G. Rice (GE). Lula ainda recebeu a diretoria do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e prestigiou a comemoração dos 50 anos da Toyota no Brasil.
"O governo vai fazer sua parte, vai investir, vai ver se consegue melhorar os mecanismos que permitam o crescimento econômico?, disse Bernardo. "Essa foi a aposta que fizemos quando lançamos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)." Ele explicou que boa parte dos R$ 504 bilhões em investimentos previstos no programa até 2010 é do setor privado, que tem respondido positivamente.