Brasília
– O traficante Luiz Fernando Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi transferido ontem do presídio de segurança máxima em Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, para a Superintendência da Polícia Federal de Maceió. A operação começou pela manhã sob o clima de mistério: nenhuma informação sobre o destino de Beira-Mar seria dada até que ele estivesse preso no local determinado.O sigilo, porém, durou pouco. No início da tarde, já havia rumores de que ele iria para Maceió. No fim da tarde, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos informou que Beira-Mar deverá permanecer no prédio da Superintendência da Polícia Federal da capital alagoana até a inauguração da penitenciária federal de Teresina, no Piauí, que vai abrigar presos de alta periculosidade de todo o País. Bastos prevê que isso ocorra dentro de 30 ou 40 dias. Enquanto permanecer em Maceió, Beira-Mar deverá receber um tratamento semelhante ao que vinha recebendo em Presidente Bernardes.
No fim da tarde, ao confimar a transferência do traficante, o ministro agradeceu diversas vezes a atitude do governo alagoano. Bastos afirmou que o fato de o governo não apresentar nenhuma resistência em receber Beira-Mar “estreitou a relação” entre o Estado e o Ministério da Justiça. “Vamos colaborar em outras questões relativas à segurança do Estado”, disse. Bastos acredita que a superintendência da Polícia Federal de Maceió esteja bem aparelhada para receber Beira-Mar. “É um prédio novo, o povo de Alagoas pode ficar absolutamente tranqüilo que a segurança não será afetada.” Mais uma vez, o ministro reiterou a opinião de haver um “clima artificial” em tudo o que está relacionado com o traficante. Para ele, há uma atenção exagerada sobre o destino de Beira-Mar.
Antes de desembarcar em Maceió, sob forte escolta da Polícia Federal, o traficante passou por Brasília. Ele chegou à capital às 11h15, a bordo de um avião Caravan Turbo Hélice, com prefixo PRAAC e com capacidade para 12 pessoas. Mais magro, calça jeans e camiseta, o prisioneiro seguiu algemado para uma sala de uma agência de viagens, localizada em um hangar do Aeroporto, enquanto aguardava o avião ser reabastecido. Às 12h10 o avião decolou novamente. Até aquele momento, o destino do prisioneiro somente seria revelado quando estivesse seguro em uma cela.
Ainda pela manhã, mas já depois que a notícia da transferência de Beira-Mar era conhecida, uma das advogadas do traficante, Cecília Mara Reina de Fátima Machado, registrou no Ministério da Justiça pedido para que a transferência fosse feita “com muita tranqüilidade e garantia de segurança”.
