Beira-Mar muda pela 8ª vez de prisão

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi transferido ontem pela manhã da carceragem da Polícia Federal em Maceió (AL) para a superintendência PF em Brasília. Foi a oitava vez que mudou de cidade desde que chegou da Colômbia, em novembro de 2001.

Beira-Mar deixou Maceió, onde cumpria pena desde 20 de novembro, por volta das 7h20. Ele embarcou em um avião da PF, no aeroporto internacional Zumbi dos Palmares, com destino ao Distrito Federal. A operação contou com a participação de seis viaturas, mobilizou 20 policiais federais e durou cerca de uma hora.

Até então o destino do preso era secreto. Só no final da manhã, quando o traficante estava desembarcando na capital federal, foi confirmado seu retorno à superintendência da PF em Brasília. A assessoria da PF no Distrito Federal disse que a transferência faz parte da rotina de segurança.

No final do ano passado o governo de Alagoas pediu a transferência do traficante do Estado. Policiais federais apontaram falta de segurança da carceragem da Superintendência PF em Maceió para abrigar Beira-Mar.

Com base das denúncias feitas pelo Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, publicadas na imprensa local, a Advocacia Geral da União pediu à Justiça Federal que solicitasse ao governo do Estado reforço na segurança de Beira-Mar. O governador Ronaldo Lessa decidiu ajudar, mesmo assim recorreu da decisão da Justiça.

Tour

Quando chegou da Colômbia, em 2001, Beira-Mar ficou preso em Bangu I, no Rio de Janeiro. Surgiram denúncias de que ele estaria comandando o tráfico de drogas de dentro do presídio, então foi transferido para a penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, a 589 quilômetros de São Paulo.

Em 27 de março de 2003, Beira-Mar foi levado de Presidente Bernardes para Maceió, onde chegou com autorização do governador Ronaldo Lessa (PDT), atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, o traficante voltou a Brasília e de lá foi para Presidente Bernardes, considerado o presídio mais seguro do País.

Do presídio do interior de São Paulo, Beira-Mar foi levado para superintendência da PF em Florianópolis (SC). Então surgiram informações que comparsas do traficante estaria planejando uma fuga, que passava por Foz do Iguaçu, na divisa do Brasil com o Paraguai.

Em 20 de novembro de 2003, voltou para a carceragem da PF em Maceió. Na virada do ano, ele recebeu uma ceia de natal, com pernil e peito de peru. A superintendência da PF em Alagoas abriu sindicância para apurar o fato, mas ainda não concluiu as investigações.

Mordomias

No final de semana passado um agente da PF que estava de plantão interceptou sacolas com suco, caixas de chicletes, medicamentos e produtos de higiene pessoal sendo levadas para a cela do traficante, por volta das 20 horas.

O superintendente da Polícia Federal em Alagoas, delegado Carlos Rogério Cota, confirmou que a Corregedoria da PF está investigando o envolvimento de policiais federais nas mordomias para Beira-Mar em Maceió. O traficante teria recebido visita de garotas fora do horário convencional.

Cota elogiou a conduta do agente policial que interceptou as compras, mas disse que não tinha tomado conhecimento oficial das ameaças de morte que o policial estaria sofrendo. Beira-Mar teria ameaçado queimar o carro do agente. Além disso, teria ensaiado uma greve de fome, que seria acompanhada por outros presos.

Atentados

Em 2003, quando foi levado do Rio de Janeiro para o presídio de Presidente Bernardes, o traficante estaria planejando três atentados à bomba na zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada ontem pelo secretário de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Nagashi Furokawa.

Segundo Furokawa, foi o próprio ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que revelou o plano, numa conversa com o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

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