Foto: Arquivo/Estado

 Fernandinho Beira-Mar: quadrilha planejava resgatá-lo.

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Assim como veio, o traficante Fernandinho Beira-Mar foi levado de Florianópolis: em sigilo. Por volta das 6h de ontem, um helicóptero levou o criminoso da sede da Polícia Federal na capital catarinense para o Aeroporto Hercílio Luz, onde um avião o esperava. O criminoso foi levado para Brasília e ainda ontem foi removido para Alagoas.

O traficante estava na carceragem da Polícia Federal de Florianópolis desde a noite de 7 de outubro, quando chegou de surpresa, escoltado por uma equipe de 16 policiais federais, que também permaneceram na cidade. Desde agosto havia boatos de que a transferência do traficante poderia ocorrer, o que provocou imediato protesto das autoridades municipais e estaduais. O governador Luiz Henrique da Silveira chegou a mandar ofício para o Ministério da Justiça para que a remoção não fosse feita.

A permanência de Beira-Mar em Florianópolis, no prédio vizinho à residência oficial do governador, foi acompanhada de várias tentativas de obrigar a Polícia Federal a retirá-lo. A Prefeitura queria interditar a carceragem, sob a alegação de que o habite-se do edifício autorizava apenas presos temporários nas celas, e não criminosos cumprindo pena. Em seguida, várias ações judiciais também tentaram forçar a transferência.

A última tentativa foi feita no dia 21 deste mês, quando o governo catarinense pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o retorno do traficante ao presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP). De acordo com a Procuradoria do Estado, a permanência de Beira-Mar na cidade era ilegal e representava grave risco à população da capital.

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Esse argumento encontrava apoio na revelação, no dia 10 de novembro, de que havia um plano organizado por traficantes brasileiros, que operam no Paraguai, para resgatar Beira-Mar da prisão em Florianópolis até o dia 20 deste mês, período em que estavam sendo realizados os Jogos Nacionais de Integração da Polícia Federal, em Salvador, o que poderia deixar o esquema de segurança mais frágil, com a redução de agentes no local.

De acordo com a PF de Mato Grosso do Sul, o setor de inteligência do órgão em Ponta Porã, na região da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, conseguiu descobrir o plano. O traficante seria resgatado da superintendência da PF em Florianópolis e levado para uma fazenda no Paraguai. "O plano seria ousado, com a participação de muitas pessoas", informou o juiz Dilon de Oliveira, da vara especializada em lavagem de dinheiro e crime organizado de Mato Grosso do Sul. 

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