Beira-Mar dá prejuízo aos cofres públicos

A indefinição sobre o destino do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, além de estar causando desgaste ao governo, também está dando prejuízos aos cofres públicos. Pelos cálculos das autoridades, desde a transferência do traficante da penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, para a superintendência da Polícia Federal em Maceió, até o fim da estada dele na capital alagoana, o governo vai consumir em torno de R$ 300 mil com Beira-Mar.

Com esse dinheiro, a União poderia manter, por um mês, 375 outros presos em diversos Estados brasileiros, ou 545 detentos no Rio de Janeiro. Na maior parte do País o custo mensal de um preso comum é de R$ 800,00, segundo dados do Programa de Segurança para o Brasil, feito pelo Instituto da Cidadania, ligado ao PT. No Rio, onde Beira-Mar deveria estar preso, por ser sido processado no Estado, os valores mensais são menores.

Custos

Para calcular os custos de transferência do traficante, a Polícia Federal considerou as diárias de 78 policiais empregados na operação, custo de vôo de três helicópteros e um avião Caravan, deslocamentos de viaturas e até mesmo a comida consumida pelo traficante na PF de Maceió. O custo maior fica por conta das diárias dos agentes, já que todos foram deslocados de outros Estados e permanecerão na cidade por 40 dias.

A maior parte dos R$ 300 mil já foi gasta. Mas os custos podem aumentar, segundo fontes da Polícia Federal, se forem contabilizados despesas com medicamentos, ou se Beira-Mar necessitar de atendimento médico em hospitais de Maceió. Nos últimos dias ele vem se queixando de dores estomacais e já precisou se consultar com um médico da própria PF.

Com o dinheiro aplicado na transferência do traficante, que está em Alagoas por falta de um presídio de segurança máxima para abrigá-lo, o governo teria ainda condições de construir 12 celas em qualquer parte do País, em condições de manter qualquer preso de alta periculosidade.

Fome Zero

Se fosse aplicar este dinheiro no Programa Fome Zero, o governo Lula atenderia mensalmente seis mil pessoas, repassando R$ 50,00 a cada uma delas, ou poderia comprar 200 toneladas de arroz para distribuir à população carente. Na Educação, quatro mil crianças seriam beneficiadas mensalmente, já que o custo de manter cada aluno na escola é de R$ 75,00. Com os R$ 300 mil daria ainda para construir 75 casas populares de um quarto, ou 43 de dois quartos.

Pelos cálculos das autoridades federais, o custo da transferência de Beira-Mar do interior de São Paulo para Alagoas foi 900% maior do que o valor gasto quando o traficante saiu da carceragem da PF no Distrito Federal para o presídio de Bangu 1, no Rio.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo