A Beija-Flor é a campeã do carnaval do Rio de Janeiro deste ano. Homenageando a Guiné Equatorial, um país de 700 mil habitantes situado na África e governado há 35 anos por um ditador, a escola fez um desfile luxuoso e tecnicamente correto.
A escola teria recebido R$ 10 milhões do governo guiné-equatoriano para adotar o enredo – nenhuma das partes confirma o valor. O país é um dos maiores produtores de petróleo do continente africano. Só uma autoridade do país homenageado desfilou: Benigno-Pedro Matute Tang, embaixador de Guiné Equatorial no Brasil. Outros integrantes do governo, entre eles o vice-presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, o Teodorín, filho do presidente, acompanharam o desfile de um camarote particular, de onde Teodorín acenou bastante quando o embaixador passou sobre o carro alegórico.
Identificada com enredos sobre a cultura africana, a Beija-Flor usou o enredo para enaltecer aspectos da natureza e da cultura do país homenageado, sem menção ao governo do ditador. Algumas alas tinham coreografias inspiradas em danças africanas.