O italiano Cesare Battisti informou quinta-feira (15) aos advogados que recebeu com “alívio” a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, e disse que retomará sua carreira de escritor e “obedecer exemplarmente” seus deveres de refugiado político. Entre esses deveres, está o de não se imiscuir em assuntos internos do Brasil e da Itália. Pela lei, Battisti terá, ainda, de ter ocupação lícita, residir em endereço fixo e ir à Polícia Federal periodicamente para prestar contas de sua condição. Ou seja, viverá sob liberdade vigiada.

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O ex-extremista se disse disposto, se necessário, a viver “o resto da vida no Brasil”, onde afirma ter construído “sólidas amizades” desde que se radicou no País, em 2005, clandestinamente. Vários quilos mais magro – sofre de hepatite B -, ele conversou mais de uma hora com os advogados Luiz Eduardo Greenhalgh, Suzana Figuerêdo e Fábio Antinoro, no Presídio da Papuda, no Distrito Federal, onde foi recolhido em março de 2007.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a Battisti, ex-militante do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo. A decisão altera parecer do Comitê Nacional para os Refugiados – que em novembro rejeitou o pedido – e suspende o processo de extradição para a Itália. Battisti é acusado de quatro homicídios nos anos 1970 e condenado à prisão perpétua.

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