O depoimento do advogado Pedro Calmon Filho, que representa a jornalista Mônica Veloso, no Conselho de Ética do Senado retratou diversos bate-bocas. A primeira discussão ocorreu com o presidente do Conselho, Sibá Machado (PT-AC). Ao ser insistentemente questionado por Sibá sobre a legalidade do recibo que assinou para comprovar recebimento de R$ 100 mil por parte do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Calmon filho disse, bastante irritado, que estava repetindo as mesmas informações "pela quarta, quinta vez".

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"Sou advogado, vim de espontânea vontade. Não precisava nem ter vindo. Se não for para eu esclarecer (os fatos), gostaria que me dispensassem", reagiu irritado repetindo que os R$ 100 mil pagos por Renan Calheiros a Mônica Veloso referiam-se a complemento de pensão alimentícia à filha que o senador tem com a jornalista.

Em seguida, irritado, Calmon filho bateu boca com o senador Walter Pereira (PMDB-MS), que o acusou de ter assinado um recibo "de mentirinha". "Quem fez o recibo foi aquele ali", afirmou apontando para o advogado de Renan Calheiros, Eduardo Ferrão, que acompanha a sessão desta tarde. "Se fizer perícia no computador dele, vai ver que está lá", completou. Pedro Calmon filho desafiou qualquer pessoa no Brasil a provar que o pagamento feito por Renan fosse para constituir um fundo visando cobertura de despesas futuras com a educação de sua filha.

O advogado afirmou que não mais responderia perguntas do senador Pereira e que o fato de ter assinado o recibo pró-forma não constituía crime. Mesmo com a recusa a responder a novas perguntas, o advogado disse a Walter Pereira que não tinha conhecimento da origem do dinheiro entregue a Mônica Veloso. Irônico, respondeu: "nunca vi dinheiro ter escritura ou certidão de nascimento". O depoimento do advogado começou pouco depois das 15 horas e é o primeiro de hoje no Conselho de Ética.

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