Bate-boca esquenta ainda mais disputa Serra-Ciro

Porto Alegre

– O comando da campanha do candidato José Serra (PSDB) reagiu à altura ao ataque de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PDT-PPS-PTB), que se referiu ontem a Serra como covarde. Em nota oficial, com o título “Compostura, candidato”, o comando tucano chamou Ciro de “reizinho de paróquia” e “mauricinho mimado”. A nota acrescenta que “covarde é quem agride um ouvinte chamando-o de burro, covarde é quem foi do partido da ditadura e bajulava Fernando Collor no palácio”.

O candidto José Serra voltou a dizer que Ciro Gomes é um especialista em insultos, ao comentar, ontem, declarações, feitas por seu concorrente, de que seria covarde e de que teria contratado uma empresa especializada em escutas telefônicas. “Enquanto ele era partidário da defesa da ditadura, eu lutava contra a ditadura”, lembrou Serra. “Ele é a última pessoa que tem moral para falar quem é covarde, porque covarde é quem se abriga sob o manto protetor da ditadura e ainda vem com a história de que outros que lutavam contra a ditadura se atemorizam”, contrapôs o tucano. “Eu não me atemorizo, eu não tenho no meu dicionário político a palavra medo”, assegurou.

Serra também considera um insulto outra declaração de Ciro Gomes, que diz ter provas de que o candidato do PSDB teria contratado uma empresa para fazer escutas telefônicas. “Se tivesse essas provas não sei porque não teria apresentado”, comentou, lembrando que na campanha tem preferido falar de suas propostas a bater-boca com adversários. E é a isso que Serra atribui a melhora de seu desempenho das pesquisas. “Agora estamos podendo apresentar propostas”, disse, referindo-se aos programas de televisão e anunciando que seu eventual governo terá dois diferenciais: a criação de 8 milhões de empregos e a luta contra a violência.

O candidato também não viu novidades na informação de que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, sugeriu que o sucessor de Fernando Henrique Cardoso mantenha Armínio Fraga na presidência do Banco Central por três meses. “Eu já disse que o Armínio será o presidente do Banco Central no meu governo”, reiterou. Serra observou ainda que a corrida eleitoral tem uma “direitona” que conseguiu se agrupar e que reúne o que tem de mais antigo e atrasado na política brasileira, referindo-se, embora sem mencionar os nomes, a Ciro Gomes e suas alianças, e um outro lado, que não tem experiência ou já comandou um governo muito criticado, referindo-se ao PT do Rio Grande do Sul, que também não foi citado.

Por questão de minutos, a carreata de Serra entre o hotel e a avenida não cruzou com uma perseguição policial em que soldados da Brigada Militar atiraram contra o motorista de um carro roubado.

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