Funcionário do Ministério da Saúde que participou do resgate de brasileiros em Wuhan, na China – epicentro dos casos de coronavírus no país asiático -, Marcos Quito descreveu neste domingo (23) como “bastante tensa” a missão de busca dos repatriados. “A operação de resgate, em si, foi bastante tensa, principalmente porque estamos lidando com algo não muito conhecido”, afirmou Quito ao chegar na Base Aérea de Brasília.
Diretor-substituto do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências, Quito disse que estava como um dos quarentenados em Anápolis (GO), onde a Missão Regresso à Pátria Amada Brasil isolou por 14 dias um grupo de 34 brasileiros e 24 servidores militares e civis que participaram da operação de resgate.
Em compensação, Quito avaliou a dinâmica da operação como “extremamente qualificada”, servindo de aprendizado ao Brasil, que fica mais preparado para enfrentar eventual nova quarentena no futuro. “Aprendemos muito com o protocolo que criamos. Então estamos muito mais preparados para enfrentar eventual situação de quarentena no futuro”, disse.
Mulher de um dos servidores que participou da operação, Adriele Nóbrega disse que não ficou tensa com a ida do marido, comissário de voo da missão, ao epicentro de casos do novo coronavírus. Com um sorriso no rosto, disse que o momento é de “matar a saudade”.
“Se Deus permitiu que eles fossem para lá, era mais para poder ajudar, e não para poder trazer malefício para eles. E eles foram com bastante respaldo. Não fiquei preocupada, fiquei com muito orgulho”, afirmou ao sair da Base Aérea em Brasília.
Com o fim da quarentena, os resgatados partiram pela manhã em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para suas cidades. Um grupo com 20 deles foi para Brasília, sendo nove repatriados, nove militares, um profissional do Ministério da Saúde e um profissional da EBC. Dois dos passageiros para Brasília seguirão em voos comerciais para o Maranhão e o Rio Grande do Norte.
Outro grupo de 13 passageiros tem como destino São Paulo, com 11 repatriados, um militar e uma integrante do Ministério da Saúde. Cinco repatriados serão levados pela FAB para o Paraná, três para Minas Gerais e uma para o Pará.