Com o objetivo de aprovar rapidamente o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, partidos da base aliada estão convocando seus deputados para estarem presentes em Brasília amanhã, 19. Líderes de MDB, PSDB, PRB e DEM usaram o domingo, 18, para reforçar o pedido junto a seus parlamentares e esperam ter a maioria das bancadas na sessão desta segunda-feira, marcada para 19h. Apesar do esforço, a oposição fala abertamente em “dificultar o quórum ao máximo”.
A sessão foi marcada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para abrir os trabalhos, são necessários ao menos 51 deputados presentes na Casa. Já para colocar a medida em votação, o quórum precisa alcançar 257 parlamentares. Como é pouco usual que temas importantes sejam votados em segundas-feiras, os líderes tiveram que solicitar aos parlamentares que façam um esforço e viajem de seus estados para a capital federal antes do previsto.
“Nós vamos trabalhar para ter quórum. A assessoria da Casa está ligando pra lideranças para que todos estejam presentes. Como é uma sessão noturna, acho que vamos ter número suficiente. É maioria simples”, afirmou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
O líder do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), explicou que o partido do presidente Michel Temer, autor da ação, terá a “grande maioria” da bancada na Câmara para votar a favor da intervenção. “Não há necessidade de fechamento de questão. Pelas manifestações, todos deputados estão favoráveis ao decreto. O decreto é constitucional e se justifica pela situação calamitosa do Rio”, defendeu.
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS) viajou à Brasília neste domingo, 18, e entrou na articulação para garantir que o decreto seja aprovado ainda amanhã. “Vou fazer meus contatos iniciais neste domingo. Eu acredito que dê quórum para podermos votar, estou confiante nisso. Sempre tem esse problema de ser numa segunda-feira, mas estamos fazendo um esforço”, explicou.
O governo deve enfrentar, no entanto, a resistência do PT, que estará em obstrução e deve tentar impedir que a Casa atinja o mínimo de deputados necessários. “Não combinamos ainda a estratégia, mas estamos em obstrução total em função da reforma da Previdência. Enquanto o projeto da Previdência não estiver enterrado, vamos obstruir tudo. Vamos dificultar o quórum ao máximo”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS).