São Paulo – O mestre de embarcação Jucílio da Costa, de 28 anos, chegou à praia de Pedrinhas, na Ilha Comprida, litoral de São Paulo, no meio da tarde de ontem. Havia nadado 16 horas desde que o Cheknah, barco pesqueiro sob seu comando, se perdeu na tempestade provocada pela ação de um ciclone no litoral. Viu os quatro companheiros pela última vez às 21h de quarta-feira, agarrados a um pedaço do barco. Perdeu-os de vista entre as ondas agitadas e nadou até a praia, com uma prancha de isopor.

“Ele estava tremendo, com os lábios roxos, mal conseguia falar”, disse o soldado Emerson Mariani, do posto dos bombeiros, a 26 quilômetros de onde Costa foi socorrido por um morador. Ele teve início de hipotermia e estava em observação no pronto-socorro local.

Desespero

Os quatro homens não haviam sido encontrados. Todos moram em Cananéia. A irmã de Costa, Nair Silvério, conhece três dos desaparecidos: João Carriel, de 25 anos, “Paraná”, 40, e Leandro, 20. “São todos pais de família”, disse. “Está um desespero total. A gente está abaixo de remédio.”

Segundo a Defesa Civil, um navio dos bombeiros do Guarujá foi enviado para o resgate. Mais dois barcos teriam partido à tarde. O Cheknah estava em alto-mar havia uma semana com mais dois barcos, Ipê e Moreno, que conseguiram chegar à costa. A comunicação foi perdida perto da Ilha do Bom Amigo.

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