Banco do Sul sai depois dos acertos

Valter Campanato/ABr
Néstor Kirchner e a esposa, Cristina, recebem o presidente Lula em Olivos.

Buenos Aires – Após cinco horas de reunião com o presidente argentino Néstor Kirchner, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que é preciso ?resolver toda e qualquer divergência política que exista? sobre o Banco do Sul.

Lula não detalhou as divergências sobre a proposta, mas afirmou que no próximo dia 15 de maio, em Quito, uma comissão bilateral vai se reunir para avaliar a proposta do banco. ?Para que a gente crie um banco, é preciso que a gente tenha sustentabilidade da idéia.?

?Se o ministro da Fazenda entender que o banco tem uma finalidade, que pode ajudar a América do Sul, não tem nenhum problema participar?, afirmou o presidente da República, no aeroporto de Buenos Aires, antes de embarcar para Brasília. ?Porque o Brasil já tem o BNDES [Banco de Desenvolvimento Econômico e Social]. Mas mesmo assim, o país entende que pode contribuir com outras instituições para que a América do Sul tenha mais oportunidade.?

O acordo que criou o Banco do Sul foi assinado em fevereiro, entre Argentina e Venezuela. O Brasil acompanha as discussões, mas não assinou termo de adesão. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a participação integral do país no Banco do Sul está condicionada à ?igualdade de condições na construção do projeto?. O economista argentino Aldo Ferrer defende a criação do banco e afirma que ele não se sobreporia ao brasileiro BNDES, que atualmente faz empréstimos para obras em países da América do Sul.

Chavez

O Banco do Sul nasceu no dia 21 de fevereiro durante a visita do presidente venezuelano Hugo Chávez à Argentina. Entre os 18 convênios assinados entre Argentina e Venezuela, teve destaque a concretização do Banco do Sul, para financiar projetos de desenvolvimento de países mais pobres da América do Sul. A idéia partiu do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Chávez e o presidente argentino Néstor Kirchner ressaltaram a importância do Banco do Sul. Um dos primeiros objetivos da entidade seria financiar parte do gasoduto entre Bolívia e Argentina. Kirchner disse que o organismo deveria ter ?uma filosofia diferente de alguns bancos internacionais?, que ?se converteram em verdadeiros castigos para os povos?.

O chefe de Estado venezuelano deu alguns detalhes sobre a constituição da nova entidade financeira, que se formará, a princípio, ?com um capital inicial de US$ 1 bilhão? e que ?terá 120 dias para a constituição e posterior assinatura do estatuto?.

?Estão convidados todos os governos da América Latina?, disse Chávez. Ele adiantou que a sede central estará em Caracas, capital da Venezuela, e que haverá outra em Buenos Aires. O presidente venezuelano disse que Evo Morales, presidente da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador, já comunicaram a intenção de ?aderir? ao Banco do Sul.

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