Bancadas do PMDB se rebelam e se aliam a Lula

Nabor Goulart / AE

O governador Germano Rigotto (RS)
e o presidente do PMDB, Michel
Temer (SP): e agora?

Brasília – As lideranças do PMDB no Congresso divulgaram ontem documento de adesão ao pacto de governabilidade proposto ao partido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente Lula, segundo fontes do Planalto, considera concluída, com essa decisão do PMDB, a fase de consultas institucionais sobre a reforma ministerial. Ele passa agora a tratar objetivamente da substituição de nomes e pretende anunciar a nova equipe até sexta-feira.

O documento das bancadas, que já foi submetido informalmente a Lula, tem a assinatura de 19, dos 23 senadores e 52 deputados, de um total de 85, informou a liderança do PMDB no Senado. Na prática, as bancadas aceitam o pacto à revelia das outras instâncias do partido. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pretendia levar a Lula uma resposta negativa, argumentando que há forte divisão interna e que os sete governadores do PMDB rejeitam a proposta.

"Nós esperamos que essa posição diminua a reação da outra ala. Isso é um jogo de xadrez, uns estão de um lado, outros de outro", afirmou a jornalistas o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB). O maior problema do governo na relação com o PMDB é na Câmara, onde há mais saudosistas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo os principais, o próprio Michel Temer (SP), além de Eliseu Padilha (RS), Geddel Vieira Lima (BA) e Moreira Franco (RJ).

A Câmara é reduto também de forte influência do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), que conta com apoio de cerca de 15 deputados do PMDB e é contrário à participação no governo. A avaliação no PMDB é que o governo sozinho não conseguirá lidar com tantas CPIs já instaladas (Correios, Bingos, Terra, Migração). Há ainda a possibilidade de uma CPI do Mensalão.

O presidente Lula recebeu a nota oficialmente das mãos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador José Sarney (PMDB-AP) durante almoço no Palácio do Planalto. Sarney minimizou as declarações de Temer dadas na terça-feira e disse que o partido manterá o apoio congressual ao presidente Lula. "O importante é que teremos maioria no Congresso. Noventa e cinco por cento da bancada no Senado e 75 por cento na Câmara apóiam o presidente e isso é um apoio significativo", disse Sarney antes da reunião com Lula.

Calheiros disse que Lula ficou feliz com o apoio e que chamará a ala do PMDB na reforma ministerial, deixando claro que, a partir de agora, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), ficará fora das conversas. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto e Temer reuniram-se ontem em Brasília para se posicionar diante do novo quadro criado pela decisão das bancadas do partido no Senado e na Câmara. 

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