Apesar de frequentar a praia da Barra da Tijuca há 20 anos, o kitesurfista Giovani Mancuso, de 27 anos, jamais havia avistado uma baleia por aqueles mares até a manhã deste domingo, 30.

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Em seu perfil no Youtube, o atleta divulgou imagens dos saltos da jubarte que se aproximou de banhistas e praticantes de caiaque da costa fluminense. “Acho que todo mundo fica deslumbrado com um bicho desses. É um animal majestoso”, contou ao jornal O Estado de S. Paulo.

O vídeo que registra a aparição do animal já conta com quase 15 mil visualizações. Segundo Mancuso, esse tipo de acontecimento faz com que ele valorize ainda mais o lugar onde vive e se conscientize da importância de preservá-lo.

Essa não é a primeira vez que as baleias dão as caras no inverno carioca deste ano. Na manhã do último dia 17, sete canoístas se depararam com uma baleia jubarte enquanto remavam também na área da Barra.

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Migração

De acordo com o coordenador ambiental do Instituto Baleia Jubarte, Sérgio Cipolotti, cenas como as descritas acima ficarão cada vez mais comuns. “Elas estão migrando da Antártida o litoral brasileiro para se reproduzirem. No início da temporada, as baleias passam pelo litoral paulista e Rio de Janeiro, antes de seguirem para o Abrolhos, no sul da Bahia, onde ficam até setembro”, explica.

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Cipolotti conta que, desde 1987, quando a caça às baleias foi proibida através da Lei Gastone, do então deputado federal pelo Estado de São Paulo Gastone Righi, a espécie tem conseguido se recuperar em quantidade. À época, no Brasil, eram estimadas apenas 500 baleias jubarte, enquanto hoje o número chega ultrapassa as 20 mil – a jubarte deixou, em 2014, a lista de animais em extinção.

O aumento da população das baleias, segundo o IBJ, é resultado de ações governamentais, aliadas a esforços da sociedade civil. “Saímos da lista de animais em extinção, mas ainda é uma espécie vulnerável. Ela ainda está suscetível a fatores com redes de pesca, colisão com grandes embarcações, acidentes com mineração ou petróleo e o aquecimento global”, ressalta o coordenador de Comunicação do projeto Enrico Marcovaldi.

O coordenador Sérgio Cipoloti ressalta que, mesmo que sejam animais dóceis, as baleias jubartes podem ficar agressivas se estiverem junto a seus filhotes. Ele orienta que deve ser mantida, pelas embarcações, surfistas ou banhistas, uma distância mínima de 100 metros dos animais.

As orientações constam na portaria de nº 117 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que determina, entre outras coisas, que embarcações de turismo só podem se aproximar das jubartes por 30 minutos e que não podem produzir ruídos além daqueles gerados pela operação normal da embarcação.