Uma baleia jubarte, de cerca de 1 ano de idade e 8 metros de comprimento, foi encontrada morta na sexta-feira, 22, em um manguezal da cidade de Soure, na Ilha de Marajó (PA). O animal, um macho, deve ter sido levado pela forte maré que atingiu a ilha na semana passada – a maior do ano, segundo a prefeitura.

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Fotos do local onde ele foi encontrado acabaram chamando a atenção nas redes sociais, pois dão a impressão que a baleia foi achada em meio à floresta. Mas especialistas que avaliaram o caso apontam que a distância até a praia foi de no máximo 15 metros.

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A ilha tem uma amplitude de maré muito grande. A diferença entre a alta e a baixa pode chegar a 2 km, segundo a oceanógrafa Maura Elisabeth Moraes de Sousa, do Instituto Bicho D’Água, ONG de conservação marinha da região. “As macro marés comuns na costa Norte do Brasil tornam compreensível que uma carcaça vá parar dentro do manguezal”, explica. Ela acredita que o animal provavelmente se perdeu do grupo. “É um filhotão que deve ter tentado fazer sua primeira migração e por algum motivo não conseguiu, deve ter se perdido e já chegou ali morto”, afirma.

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As pesquisas com baleias jubarte no País reconhecem populações do mamífero circulando entre a Antártida e o arquipélago de Abrolhos, no litoral da Bahia. No norte do País, elas não costumam ser avistadas. “Nossa plataforma continental é muito extensa por causa da influência do Rio Amazonas. A área rasa é longa, o mar aberto fica muito longe, e por isso elas não são comuns por aqui”, diz.

Segundo a pesquisadora, houve poucos casos anteriores de encalhe de jubarte na Região Norte – um no ano passado, no Amapá, e outro em 2009, em Quatipiru (PA).

Dirlene Silva, secretária do Meio Ambiente de Soure, conta que foi avisada na noite de quinta-feira, que um pescador havia encontrado uma baleia na beira da Praia de Araruna. Como o local não tem energia elétrica, a maré tinha subido muito e o local é de difícil acesso, só foi possível chegar à região na tarde de Sexta.

Resgate

Pesquisadores da Bicho D’Água e do Museu Paraense Emílio Goeldi fizeram coletas para analisar o motivo da morte. O dilema agora é saber como remover o animal do local, onde vivem pescadores. Ali não dá para chegar com máquinas. “Estamos pensando em usar búfalos para puxar a baleia”, diz Darlene. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.