São Paulo – O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, deve oferecer hoje ao Tribunal de Justiça denúncia por duplo homicídio, uma tentativa e um consumado, contra o promotor Thales Ferri Schoedl, 26 anos. O promotor é acusado de matar um rapaz e balear outro durante um luau na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, na noite de 30 de dezembro. O Ministério Público não informa se a denúncia será por homicídio culposo ou doloso, quando há intenção de matar. O jogador de basquete Diego Mendes Modanez, 20 anos, morreu. Felipe Siqueira Cunha de Souza, de 20 anos, que foi baleado e sobreviveu, prestou depoimento à Procuradoria Geral do Estado neste domingo. Ainda com vários drenos pelo corpo e com risco de comprometimento de parte dos pulmões, Felipe afirmou que não mexeu com a namorada do promotor. Ele disse ter ouvido uma discussão e, sem saber o motivo da briga, tentou acalmar o promotor. O advogado Pedro Lazarini, contratado pela família de Felipe, afirmou que seu cliente escutou a namorada do promotor gritando "não faça isso, não faça, você é louco". Lazarini disse que seu cliente virou-se, e ele (o promotor) já estava com a arma em punho. "Ele deu um tiro para o alto, para o lado e em seguida apontou para o peito de Felipe e disparou o primeiro tiro. Quando estendeu o braço ele recebeu o segundo tiro e caiu no chão. O Diego recebeu os demais tiros. O promotor agiu, não reagiu. Foi desproporcional no seu ato e agiu sem motivo, por motivo fútil", afirmou o advogado. Os exames toxicológicos e de dosagem alcoólica em Shoedl e nas vítimas deram negativo. Em seu depoimento, o promotor Schoedl, que disparou 12 vezes, alegou que os rapazes tinham assediado sua namorada e que atirou por se sentir acuado. Schoedl foi preso em flagrante e divide uma sala do Regimento da Cavalaria Nove de Julho com o ex-juiz Marcos Antônio Tavares, condenado a 13 anos por matar a mulher, em 22 de agosto de 1997.
