Balanço do Brasil nos anos 90 mostra crescimento da violência

O primeiro relatório oficial brasileiro sobre desenvolvimento sustentável, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), faz um balanço do País na década de 90, mostra avanços na área social, boas e más notícias na preservação do meio ambiente e um preocupante crescimento da violência. O documento expõe a desigualdade entre ricos e pobres, característica do País, manifesta em temas com renda, acesso à saúde, à educação e ao saneamento básico.

?Do ponto de vista social e econômico, com exceção da violência, há melhoria, com persistência da desigualdade, o que é um problema para a sustentabilidade. A desigualdade é insustentável?, disse o presidente do IBGE, Sérgio Besserman Vianna.

A pesquisa, chamada Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, reúne informações sobre 50 itens. Servirá de base para o relatório a ser apresentado pelo governo brasileiro na cúpula mundial Rio+10, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro, em Johannesburgo, África do Sul. Cada país prestará contas de seu desempenho no cumprimento das metas estabelecidas durante a Rio-92.

Na área ambiental, o Brasil conseguiu reduzir o consumo de gases destruidores da camada de ozônio, aumentar o investimento público no setor, mas não foi capaz de controlar o desmatamento. Entre 1992 e 1999, o País perdeu em média 18,4 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica por ano. Os números sobre segurança pública indicam o crescimento da taxa de homicídios que, no mesmo período, passou de 19,12 assassinatos por cem mil habitantes para 26,18.

A redução da mortalidade infantil, o aumento do número de crianças na escola e o crescimento da renda, apesar de ainda muito baixa, são alguns dos resultados apontados pelo IBGE para a área social.

Os indicadores trazem também um capítulo específico sobre economia, revelando o aumento do Produto Interno Bruto, o crescimento da dívida externa e as dificuldades para levar a taxa de investimento para níveis superiores a 20%.

O agrônomo do IBGE Wadih Scander Neto, coordenador técnico dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, diz que o documento ?lembra um painel de controle de avião para ver se o País está indo na direção do desenvolvimento sustentável.? Ele ressalta que buscou índices abrangentes.

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