Avião pulveriza inseticida em região de escola em Goiás

Cinquenta pessoas, das quais 42 crianças, foram intoxicadas após um avião agrícola pulverizar a região da Escola Municipal São José do Pontal, onde 122 crianças estudavam na hora. Autoridades da Agrodefesa e do Corpo de Bombeiros de Goiás investigam como ocorreu a contaminação na escola rural do Projeto de Assentamento Pontal do Buriti, situado entre os municípios de Paraúna, Rio Verde e Montividiu, no sudoeste goiano. O comandante do Corpo de Bombeiros de Rio Verde, coronel Cléber Cândido, explicou que, pelo número de intoxicados, o inseticida deve ter atingido o local na hora do recreio.

Crianças e adultos começaram logo a sentir os efeitos: náuseas, vômitos, tontura, ardência nos olhos e na pele, mas também houve princípios de desmaio. Os bombeiros foram acionados, mas o local é de difícil acesso. Crianças e adultos foram transportadas principalmente para o Hospital Municipal de Montividiu, mas três também foram encaminhadas para um hospital de Rio Verde pelos próprios familiares. No hospital elas foram higienizadas e tomaram soro, mas oito permaneceram internadas sob observação.

Segundo o comandante dos bombeiros, o produto utilizado na pulverização de lavouras era um inseticida denominado Engeo Pleno, com uso indicado para combater percevejos, lagartas e pulgões. Os sites que divulgam o produto informam que ele tem classificação toxicológica 3, sendo de média toxicidade e altamente perigoso ao meio ambiente.

Os bombeiros identificaram que a empresa responsável pelo avião é a Aerotex Aviação Agrícola, instalada em Rio Verde. A reportagem procurou a empresa, mas o supervisor não foi localizado, não atendeu o celular nem retornou ao e-mail enviado. Cléber Cândido disse que a Aerotex enviou o supervisor até o Comando da corporação e ele apresentou a ficha de emergência com os dados do agrotóxico. “A empresa ainda não indicou o piloto e a aeronave, mas atribuiu o incidente a uma possível derivação (rajada) de vento que teria deslocado o produto”, informou. Por outro lado, destacou, há mais uma possibilidade: “Outra hipótese pode ser o alijamento da carga (quando a carga é jogada para aliviar o peso) sobre a escola ou perto demais”, disse.

Enquanto os bombeiros elaboram o chamado Relatório de Defesa Civil, a escola ficará interditada porque o inseticida se espalhou e os bombeiros encontraram a caixa d’água da unidade sem tampa. Ainda segundo o comandante, técnicos da Agrodefesa, órgão estadual que controla o setor, já estão acompanhando o caso.

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