A Força Aérea Brasileira (FAB) vai ajudar os bombeiros do Distrito Federal a combater diversas frentes de incêndio que atingem as florestas da capital. A partir de hoje, um avião Hércules C-130 estará despejando 12,8 mil litros de água a cada decolagem, nas áreas indicadas pelo Corpo de Bombeiros. No início da manhã, as equipes atuaram nos arredores do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

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“A área foi escolhida devido ao risco de o incêndio próximo às pistas prejudicar o tráfego aéreo. Em seguida, partiremos para as demais regiões afetadas, seguindo as orientações dos bombeiros”, explicou o porta-voz da operação, capitão Paulo Costa, da FAB.

Após atuar na região do aeroporto, o Hércules ajudará no combate ao incêndio na Floresta Nacional, localizada nas proximidades da cidade-satélite de Brazilândia. “Apesar de a equipe de monitoramento pelo ar ainda não ter definido os pontos de incêndio a serem combatidos, a equipe em terra nos informou que essa é a prioridade para os próximos sobrevoos”, informou o major Florindo, do Corpo de Bombeiros.

Segundo ele, os bombeiros contam com mais quatro aeronaves de menor porte. Uma delas é destinada a fazer monitoramento para identificar as regiões que terão prioridade. “Temos também dois helicópteros com cestas que servem para despejar água, e um avião com capacidade para o transporte de 3,1 mil litros. Eles são mais manobráveis do que o Hércules, que é usado para o combate a linhas de fogo mais extensas”, explicou o major.

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De acordo com a FAB, o Hércules consegue atuar em uma área de 500 por 50 metros. “É ideal para situações em que o acesso por terra está dificultado pelas chamas. Após nossa ação, fica mais fácil o combate direto ao incêndio”, explicou Costa.

De origem norte-americana, o avião gasta cerca de 30 minutos para fazer o reabastecimento de água e decolar novamente. Geralmente, os 12,8 mil litros são despejados ao longo de duas ou três passagens, mas em casos extremos podem ser despejados de uma única vez.

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Integrante do esquadrão treinado para esse tipo de missão, o suboficial Joazi é responsável por acionar o equipamento que libera a água depositada nos cinco tanques e no tubo de saída. “Não posso colocar em risco o centro de gravidade e o balanceamento da aeronave. Por isso, existe uma sequência que não pode ser alterada, explicou Joazi, que se disse “impressionado” com a quantidade de mata incendiada na região. “É gratificante poder dar minha contribuição para uma missão tão importante”, acrescentou.

A FAB tem, em todo o país, dois equipamentos que possibilitam o despejo de água ou retardante – substância feita à base de argila, água e alguns produtos químicos estabilizantes, usada em áreas ainda não incendiadas, com o objetivo de evitar o alastramento do fogo. Por enquanto, essa substância não pode ser usada porque aguarda liberação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As informações são da Agência Brasil.