Autoridades na mira de presidiários

Brasília

– A Polícia Federal descobriu esquema armado dentro de um presídio de Goiás para eliminar diversas autoridades envolvidas no processo do traficante Leonardo Dias Mendonça, o Léo. Entre os ameaçados estava o juiz federal José Godinho Filho, que ordenou a prisão do traficante. Além disso, a Justiça determinou a abertura de inquérito pela PF para apurar o suposto envolvimento do ex-diretor da instituição João Batista Campelo, em tentativas de ameaça contra o agente João Álvaro de Almeida, que participou das investigações relacionadas ao traficante. Campelo é hoje assessor do desembargador Eustáquio Silveira, acusado de vender decisões judiciais em favor de traficantes.

Godinho e outras autoridades e policiais que trabalharam na Operação Diamante, que descobriu o esquema de liberação de habeas-corpus, estão sob proteção federal. Almeida deverá entrar no programa federal de proteção a testemunhas. O plano para a eliminação do juiz foi descoberto na semana passada. Haveria coleta de dinheiro entre os acusados para a contratação de matadores.

O esquema estaria sendo montado por presos supostamente ligados a Léo. “As investigações estão em andamento e vamos chegar, com certeza, aos autores do esquema dentro e fora da penitenciária”, disse um delegado envolvido na apuração.

A atenção da Justiça também está concentrada no suposto envolvimento do ex-diretor da PF em tráfico de influências. Na segunda-feira, o juiz da 5.ª Vara Federal de Goiás, Lindoval Marques de Brito, determinou a abertura de inquérito contra Campelo, que chegou a utilizar pessoas conhecidas da área de Inteligência da Aeronáutica e da Secretaria da Segurança Pública do Estado para tentar localizar Almeida.

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