Os verdadeiros responsáveis pela contínua devastação da Floresta Amazônica começam a cair na malha das autoridades policiais, judiciais e do Ministério Público (MP). A afirmação foi feita pelo procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Miguel Vieira da Silva, durante apresentação dos resultados da Operação Cupim, desencadeada hoje no Estado e no vizinho Mato Grosso. Pelo menos 15 suspeitos estão presos na sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em Campo Grande.

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“As provas colhidas até agora comprovam que a quadrilha é formada por empresários do setor madeireiro e de transportadoras, basicamente. Porém, o mais lamentável é a participação direta de servidores públicos no esquema de retirada de madeira de lei da região amazônica. Logicamente eles terão o direito de defesa, mas se realmente forem condenados, serão exemplarmente punidos”, afirmou o procurador-geral.

Um dos detidos é o proprietário de madeireira e transportadoras Júlio Alberto Pereira Pinto, de 31 anos, apontado como coordenador das quadrilhas desmanteladas em Sinop e Marcelândia (MT) e Aquidauna e Campo Grande (MS). Segundo as investigações, ele envolveu vários funcionários públicos no esquema.

Júlio apareceu nas investigações sobre o caso em fevereiro deste ano com a prisão de Sebastião Mota de Oliveira Filho, auxiliar terceirizado de pista no posto fiscal de Jupiá, em Três Lagoas, a leste do Mato Grosso do Sul. De acordo com o Gaeco, Sebastião recebia do empresário determinada quantia em dinheiro para deixar os caminhões da Silver Line Transporte e Logística Ltda e J.A. Pinto Transporte Ltda, ambas sediadas no endereço residencial de Júlio, passar carregados de madeira sem a vistoria.

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Além de facilitar o tráfico de madeira ilegal, Sebastião era responsável pela falsificação de notas fiscais, utilizando carimbos falsos da receita estadual. Diariamente, conforme apurou a polícia, um comboio de cinco ou mais caminhões ficava estacionado ao longo da BR-163 em postos de gasolina, aguardando a chegada do “carimbador”. Quando faltava, Sebastião era substituído por Francisco José de Souza.

Levantamento

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Para o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Mato Grosso do Sul, Valter Aparecido Favaro, ainda é incalculável a quantidade de árvores de madeira de lei derrubadas na região por quadrilhas do gênero, “inclusive em áreas de preservação ecológica permanente, protegidas por lei federal”. “Estamos realizando um levantamento das apreensões enquanto a polícia realiza investigações junto aos receptadores em São Paulo, Santa Catarina e Paraná para se ter uma ideia do prejuízo ecológico”, disse.