Aurélio quer saber quem grampeou o TSE

Foto: Agência Brasil

Marco Aurélio: Brasil vive quadro quase que psicodélico.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, pediu ontem ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que sejam tomadas providências para investigar e punir os responsáveis por grampos descobertos na sexta-feira em telefones de ministros do TSE. De acordo com o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, não há suspeitos, mas apenas a informação de que o grampo foi feito por meio do uso de ?equipamentos profissionais?.

A descoberta dos grampos telefônicos não foi comunicada à Polícia Federal. Marco Aurélio optou por informar o fato ao procurador-geral e à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie. Os ministros atingidos pelo grampo foram o próprio Marco Aurélio, seu vice no TSE, Cezar Peluso, e Marcelo Ribeiro. Marco Aurélio e Peluso também integram o STF e dois dos três grampos foram encontrados em linhas usadas por eles no Supremo. O terceiro foi descoberto em um aparelho, que também funciona como fax, instalado no gabinete de Marcelo Ribeiro, no TSE.

Diante da descoberta, o TSE decidiu intensificar durante o período eleitoral as operações de varredura nos aparelhos usados pelos integrantes do tribunal. Em entrevista coletiva concedida ontem de manhã, Athayde Fontoura afirmou que agora as varreduras passarão de mensais para semanais.

A existência dos grampos foi detectada em uma operação de varredura realizada pela empresa Fence Consultoria Empresarial, que desde 2003 é contratada pelo TSE para fazer esse serviço a um custo de R$ 250 por linha. São monitoradas 60 linhas por mês. Fontoura explicou que a varredura é realizada há nove anos no TSE em telefones indicados pelos integrantes da corte e que nunca houve episódio semelhante no tribunal.

O diretor-geral do TSE explicou que a empresa detecta apenas a existência do grampo, mas não a sua localização. Ele reconheceu que, com a divulgação da descoberta, os responsáveis devem ter retirado os aparelhos de escuta. Segundo ele, ?o grampo é uma afronta à democracia e à República? e, por esse motivo, o tribunal resolveu divulgar a descoberta das escutas.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que a Polícia Federal vai abrir um inquérito para apurar a origem dos grampos encontrados em telefones de três ministros do TSE. Segundo Bastos, já foi pedido à Procuradoria-Geral da República que sejam designados procuradores para acompanha a investigação.

?Esperamos, dentro dos padrões de trabalho de investigação, que esse crime seja desvendado rapidamente?, disse o ministro da Justiça. Uma varredura de rotina encontrou grampos nos telefones do presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, do vice-presidente do Tribunal, Cezar Peluso, e de um ministro da casa, Marcelo Ribeiro.

Em entrevista no Rio de Janeiro, o presidente do TSE disse que a atitude de grampear telefones de ministros do tribunal é condenável. ?Isso aí preocupa e revela o quadro em que estamos vivendo. Um quadro quase que psicodélico, com escândalos aflorando dia a dia. Quando imaginamos que todos já surgiram, surge mais um e ficamos perplexos?, disse Mello. 

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