O segundo dia de protesto de produtores rurais de Roraima, contrários à demarcação em área contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, ganhou ontem a adesão da maioria dos donos de postos de gasolina da capital. A maioria deles parou de vender combustível, a pedido dos produtores, cuja meta inicial era paralisar toda atividade comercial na cidade. Nas estradas, o bloqueio iniciado terça-feira pelos produtores foi mantido.

De acordo com os líderes do movimento, que conta com o apoio de parte da comunidade indígena, o tráfego só será liberado quando houver uma manifestação clara do governo sobre a situação, que qualificam de ?insustentável?.

Para Jonas Marcolino, um dos líderes do grupo indígena alinhado com os ruralistas, a decisão que o governo tomar agora deverá ?ter a finalidade de atender quem deseja uma demarcação justa?. Para ele, ?neste momento será impossível e inviável atender esta ou aquela tendência? e ?só uma decisão muito bem negociada poderá, quem sabe, evitar problemas no futuro?.

Na região do Surumu, no município de Pacaraima, onde dois padres e um religioso foram seqüestrados por um grupo contrário à demarcação da terra em área contínua, o clima hoje era ?calmo? – segundo os líderes do grupo, do qual fariam parte índios e posseiros. Eles se recusaram a dizer, porém, quando irão libertar os missionários.

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