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Aula de ginástica silvestre ganha adeptos

Engatinhar, saltar, ficar pendurado em árvores e rastejar. Atividades que fazem parte da rotina das crianças estão servindo como base para exercícios realizados por adultos que buscam flexibilidade, equilíbrio, força e um exercício lúdico. Oferecidas em parques ou ambientes fechados, as aulas não têm como objetivo contar calorias, mas resgatar movimentos que eram feitos na infância e, ao longo dos anos, vão sendo abandonados pelas pessoas. Desde março, Leandro Pessoa Olivério, educador físico da LPO Assessoria Esportiva oferece as aulas de “ginástica silvestre” em parques da capital. “É um resgate da essência do ser humano, que está na infância, no brincar, que é onde a criança se desenvolve, torna-se curiosa e ousada, descobre os seus limites e não se sente culpada por errar. A criança é feliz por natureza.”

Os treinos duram uma hora e meia e a criatividade é um ponto explorado, segundo Olivério. “Em seis semanas de treino, não tem um exercício repetido. Fazemos brincadeiras e vamos graduando de acordo com o condicionamento físico dos alunos.” Por mês, em um plano anual, os alunos pagam R$ 200.

A securitária Maria Angélica Fernandes Amaral, de 55 anos, realiza atividades físicas há cinco anos, mas seu foco eram os treinos de corrida. Ela diz que a alegria dos participantes durante a ginástica é contagiante.

“A gente se exercita e se diverte. As pessoas têm esse sentimento de alegria e de bem-estar. Subimos em pneus, temos contato com a natureza e somos levados para o tempo de criança.”

O exercício tem dado mais energia para a aposentada Yara Bellini, de 62 anos, brincar com os netos de 8, 5 e 2 anos de idade. “Perdi o medo de altura, consigo pular e fazer vários desafios no parquinho. É interessante resgatar movimentos de quando eu era criança, porque acompanho os meus netos com o mesmo dinamismo. Meu marido também treina e meus netos ficam felizes por ver que os avós os acompanham.”

Yara já praticava atividades físicas há oito anos e não teve uma boa experiência em academias tradicionais. “Fiquei por cinco anos, mas tive uma lesão no braço e não quis voltar.”

Fluente

Há 13 anos, o educador físico José Augusto Meneghatti desenvolveu as aulas do movimento fluente, um treino que tem como foco trabalhar não só a parte física, mas também nutricional e mental. A aula começa com explicações da estrutura do corpo humano. Depois, são feitos alongamentos. Então, os movimentos dos primeiros anos do desenvolvimento humano são realizados.

“Fazemos um trajeto com obstáculos e as pessoas brincam nele. Elas escalam uma miniparede, passam pelo trepa-trepa. A atividade é bastante intensa e tem todas as ações humanas: agarrar, saltar, correr, caminhar e se pendurar. Isso faz com que a pessoa se movimente”, explica Meneghatti. As aulas estão disponíveis em seis cidades: Ilhabela (SP), São Paulo, Campo Grande (MS), Rio de Janeiro, Londrina (PR) e Valinhos (SP) e reúnem quatro alunos por sessão.

A professora de Educação Física Simone Mendes dá as aulas em São Paulo desde 2007 e diz que os alunos são estimulados a se movimentar no dia a dia. “É importante ter atividades diárias. A criança, por exemplo, não fala que vai brincar das 7 horas às 8 horas. Essa regulação, que é natural, vai se perdendo ao longo dos anos e é só por isso que a gente é capaz de passar oito horas sentado e trabalhando.”

Em março deste ano, o farmacêutico bioquímico Tiago da Costa Endrigue, de 34 anos, começou a treinar. Ele, que já praticou futebol de salão e kung fu, notou benefícios na prática. “O que sinto é que esse treino me ajuda na vida. Esses movimentos da infância são a base para eu fazer coisas mais complexas. É o exercício mais completo que achei até agora.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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