Os auditores fiscais da Receita Federal voltaram ao trabalho na Alfândega de Santos na tarde desta quarta-feira (16), em esquema de operação padrão. A decisão foi tomada em assembléia da Regional de Santos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Sindical) que aconteceu a partir das 10h30 desta quarta-feira (16).
De acordo com o sindicato, a decisão foi tomada principalmente por causa da grande quantidade de mercadorias acumuladas aguardando desembaraço nos terminais do Porto de Santos.
O presidente da Unafisco Sindical em Santos, Clemente Feijó, alega que a medida mostra boa vontade dos auditores e a intenção da greve nunca foi atrapalhar o comércio exterior e sim mostrar a importância dos fiscais, defendendo o emprego e a arrecadação. "A demonstração da força do cargo ficou bem clara e causou reflexos visíveis ao ponto de arranhar a imagem do Brasil internacionalmente", afirmou.
Desde o dia 18 de março, os 250 fiscais lotados em Santos trabalhavam com apenas 30% do efetivo, quantidade obrigada pela lei. Agora, com a operação padrão, 100% dos funcionários retornam ao trabalho, porém atuando em um ritmo mais lento que o normal, já que a mobilização nacional continua.
Segundo o sindicato, a lentidão acontece porque a análise das mercadorias será mais criteriosa, aumentando a porcentagem de carga vistoriada por contêiner.
A operação padrão no Porto de Santos será mantida até pelo menos a próxima sexta-feira, quando a delegacia regional do sindicato realizará nova avaliação. A assembléia desta quarta-feira reuniu durante duas horas e meia cerca de 90 fiscais no auditório da Alfândega de Santos.
O presidente afirma que o corte do ponto dos auditores não interferiu na decisão de instituir operação padrão, mas admite que a suspensão dos salários dos funcionários é interrompida com a volta de 100% do efetivo ao trabalho. "Mas isso não teve a menor influência. Na prática, a operação padrão vai dar uma desafogada no porto, para que não seja atingindo o colapso", concluiu.