Brasília – Mesmo depois da reunião com representantes do governo, realizada na quarta-feira (12), os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil decidiram manter a greve programada para começar na terça-feira (18).
Em votação na assembléia nacional da categoria na última terça-feira (11), 97,79% dos cerca de 3.500 participantes optaram pela suspensão do serviço, sendo que o voto de 82,94% foi favorável a paralisar por tempo indeterminado.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Gelson Myskovsky, o principal reflexo será sentido nos portos e aeroportos, onde só serão liberadas as cargas perecíveis, explosivas e inflamáveis, além de medicamentos.
Segundo Myskovsky, o governo recuou da proposta que tinha apresentado anteriormente, que previa um alinhamento das carreiras típicas de estado, como Polícia Federal, Receita Federal, auditoria da Receita, Advocacia da União e Procuradoria da Fazenda Nacional.
?Além de reduzir a proposta apresentada pelo próprio governo, o Ministério do Planejamento desalinhou novamente essas carreiras?, explica. Segundo ele, a nova proposta do governo é de reajuste de 17%, enquanto a proposta anterior previa aumento de 42% nos salários. Procurado pela Agência Brasil, o ministério informou que não comenta negociações em curso.
Myskovsky diz que uma nova rodada de negociações está prevista para amanhã (14), mas que ele não acredita em um acordo: ?Estamos pouco esperançosos, porque o governo não vem cumprindo aquilo que é colocado na mesa de negociação?.
O vice-presidente da Unafisco garante que a população não enfrentará problemas com a entrega da declaração do Imposto de Renda. Ele argumenta que a maioria das declarações é feita por meio eletrônico e que a categoria promete manter pelo menos 30% dos funcionários trabalhando em cada unidade da Receita Federal do Brasil, para quem precisar de atendimento.
?Temos uma grande preocupação em não sacrificar a sociedade com um movimento que o governo poderia ter evitado?, afirma.