Rio de Janeiro – Os auditores fiscais acusados de desviar R$ 3 bilhões da Previdência Social criaram um ?Refis da propina? e extorquiam dinheiro de empresas a prestação. A conclusão, que aparece na denúncia do Ministério Público Federal contra 13 auditores – 11 deles já presos -, é baseada na contabilidade da quadrilha apreendida na casa de um dos fiscais. O documento mostra que uma das empresas achacadas chegou a parcelar em quatro pagamentos mensais, em 2000, a propina paga aos fiscais. Refis é uma moratória criada pelo governo federal, em 2000, na qual os contribuintes endividados com INSS ou Receita Federal podem dividir seus débitos em parcelas, com base no faturamento mensal da empresa. A contabilidade da propina dos fiscais do INSS é um conjunto de 20 páginas escritas a mão. É a principal prova colhida pela Polícia Federal e analisada pela força-tarefa que investiga crimes contra a Previdência sobre a existência de um esquema de achaque de empresas e doações diversas consideradas suspeitas, incluindo até supostas despesas com campanhas políticas. A contabilidade manuscrita, com anotações que compreendem o período de 1995 a 2000, foi apreendida na casa de Arnaldo Carvalho da Costa, um dos 11 que foram presos no fim do mês passado (dois continuam foragidos e estão sendo julgados à revelia na 3.ª Vara Federal Criminal). Cem empresas foram listadas por Carvalho da Costa, apontado pela denúncia como o provável gerente do grupo, nos papéis apreendidos. A contabilidade não só cita o nome da empresa achacada e o fiscal responsável como também informa o valor da propina, o prazo de pagamento, o eventual parcelamento e se a quantia foi ou não paga (sob a anotação ?OK?).
Auditores do INSS extorquiam dinheiro de empresas a prestação
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