Brasília – Os auditores fiscais da Receita Federal entram em greve a partir da zero hora de terça-feira (18). A informação foi dada nesta segunda-feira (17) pelo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Gelson Myskovsky. Segundo ele, inicialmente, os efeitos da greve serão notados no controle de bens e mercadorias que entram no país.
?No primeiro momento, a greve se fará sentir no controle de bens e mercadorias que chegam ao território nacional, especialmente nos portos e aeroportos, onde são liberadas cargas perecíveis, explosivas e inflamáveis e medicamentos.?
Para cumprir decisão do Superior Tribunal Federal, segundo a qual, na falta de legislação sobre greve no serviço público, deve ser obedecida a norma que prevalece no setor privado, 30% do efetivo será mantido trabalhando em todas as unidades da Receita Federal.
De acordo com Myskovsky, as negociações com o governo começaram em agosto de 2007, quando a categoria reivindicou ?uma valorização do trabalho do ano passado?. Em outubro, o governo propôs um alinhamento dos salários dos auditores fiscais aos de duas outras carreiras exclusivas de Estado: a dos advogados da União e a dos delegados da Polícia Federal.
?Esse acordo não foi cumprido. Além de reduzir a proposta de reajuste de 42% para 17%, o governo desalinhou novamente as carreiras?, afirmou Myskovsky. Dessa forma, justificou, é que a assembléia de auditores realizada na semana passada aprovou, com adesão de 97% de seus membros, a deflagração da greve.
Myskovsky disse que o governo fará ainda hoje uma reunião para analisar a possibilidade de reajustes para os auditores. Contudo, qualquer que seja o anúncio do governo somente uma nova assembléia poderá decidir sobre a suspensão da greve. ?E somente será possível nos reunir novamente na próxima quarta-feira (19)?, afirmou.