Auditores acreditam devem voltar ao trabalho em breve

Auditores da Receita Federal acreditam que a greve deve acabar logo. Passado o feriado, fiscais tentam marcar reunião com o governo nesta terça-feira (22) para acertar detalhes que podem encerrar a paralisação que dura mais de um mês. O plano de carreira dos servidores é o principal ponto de discordância entre as partes. Sobre o aumento de salário, auditores devem aceitar a proposta do governo que é R$ 500 menor que a reclamada: R$ 19.200.

"Não falta muito para o movimento terminar. Agora, são detalhes", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Pedro Delarue. O principal deles é o plano de carreira. Pela proposta do governo, o posto máximo entre os auditores poderia ser atingido em até 42 anos após a entrada na Receita. Delarue rejeita o prazo e pede que o período seja reduzido para até 18 anos.

Outro ponto de discordância é o calendário para o pagamento do aumento de salário. O governo quer dividir o reajuste em três partes a serem pagas nos meses de julho de 2008, 2009 e 2010. Os auditores querem que os pagamentos sejam feitos em prazo mais curto: até abril de 2009.

Sobre o salário, Delarue sinaliza que os fiscais devem "ceder" e aceitar a proposta do governo, que veio aquém do desejado. Segundo ele, a categoria quer isonomia com policiais federais, que ganham até R$ 19.700 mensais. Mas a proposta do governo foi R$ 500 menor, de até R$ 19.200.

O representante dos auditores rechaçou a idéia que vem sendo aventada nos bastidores, de dar mais poder aos analistas da Receita, que poderiam substituir os fiscais. "Essa idéia foi levantada durante as negociações, mas já alertamos que isso poderia ser o início de um ‘trem da alegria’ com analistas virando auditores sem terem feito concurso. Terminar uma greve dessa forma é criar problemas para os próximos três ou quatro anos", diz. Para ele, essa decisão poderia gerar "uma expressiva queda de arrecadação".

Auditores estão em greve desde 18 de março. O movimento tem gerado inúmeros problemas, principalmente nas fronteiras com a entrada e saída de produtos do País. Há dúvidas com relação aos dias não trabalhados nesse período. Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, pode ser cortar o ponto a partir de 9 de abril. Mas o Ministério do Planejamento sinaliza que pode cortar todos os dias não trabalhados.

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