Fora dos programas de televisão desde 2012, a atriz Maria Paula se dedica, atualmente, a prestar aconselhamento materno a mulheres privadas de liberdade em penitenciárias de todo o Brasil. Ela participou, na manhã desta quinta-feira, 5, no Ministério da Justiça, do lançamento do Infopen Mulheres, o primeiro relatório sobre o perfil das detentas brasileiras divulgado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

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Embaixadora da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Maria Paula dá palestras às presas – uma população invisível, segundo ela – sobre a importância do vínculo afetivo entre mães e bebês. “Costumo dizer a elas que não importa se estão em um palácio ou uma prisão: a doação do tempo delas a seus filhos tem muita importância para o futuro dessas crianças.”

A comediante conta que, nos primeiros momentos, percebe resistência das mulheres presas em relação à sua presença. “Elas devem pensar: o que a garota-propaganda das Organizações Tabajara está fazendo aqui?”, diverte-se a atriz, que por anos fez parte do elenco do extinto programa de humor Casseta & Planeta, da Rede Globo. “Mas, depois, veem que tenho algo a dizer. Meu recado principal é de que, embora presas, ninguém pode privá-las da liberdade do afeto.”

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Maria Paula, que tem formação em Psicologia, assumiu papel de ativista em 2004, quando teve sua primeira filha. “Hoje, a maternidade é o foco central do meu trabalho”, diz. Seu maior orgulho, relata, é ver as mães presas superarem traumas e conseguirem olhar com suavidade para seus filhos.

De acordo com o relatório do Depen, a maioria das penitenciárias não dispõe de creches, berçários ou celas especificas para gestantes. Durante a apresentação do documento, o aparelhamento de centros materno-infantis e de salas de aleitamento nas prisões brasileiras foi destacado como prioridade do Depen para 2015 e 2016.

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