O balanço do movimento nos aeroportos do País durante as festas de fim de ano confirma aquilo que os passageiros sentiram na pele, mesmo sem a greve dos aeronautas e aeroviários: a situação piorou. Números oficiais obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo apontam aumento de 33,6% dos atrasos acima de 30 minutos entre os dias 18 de dezembro e 3 de janeiro, na comparação com o ano anterior.
O índice, que em 2009 foi de 19,8%, saltou para 26,4% em 2010. Em entrevista às vésperas do Natal, a presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, disse que tinha uma meta “ambiciosa”: encerrar dezembro com porcentual de atrasos em torno de 20%, o que não ocorreu.
Outra má notícia para os passageiros brasileiros é que, no curto prazo, esse cenário tende a continuar. Isso se deve aos gargalos da infraestrutura dos aeroportos, que sofrem com deficiências em pistas, falta de vagas em pátios e terminais de embarque e desembarque acanhados demais para atender à demanda. Algumas obras de melhoria e de expansão estão prometidas para o segundo semestre deste ano, mas as mais significativas devem ficar prontas apenas próximo da Copa de 2014.
TAM e Webjet
Entre as companhias aéreas, a Webjet foi a que mais atrasou neste fim de ano, piorando consideravelmente seus índices em relação a 2009. De 18 de dezembro a 3 de janeiro, 47,8% dos voos da empresa tiveram atrasos superiores a 30 minutos – isso representa uma piora de 168% na comparação com 2009, mesmo que o número de voos tenha aumentado apenas 5,6%. A TAM ficou em segundo lugar em atrasos – 34,1% dos voos atrasaram no fim de ano, uma piora de 62,3% em relação ao ano passado.
Procuradas pela reportagem, as companhias alegaram que os atrasos foram motivados por questões pontuais. Segundo a Webjet, os problemas foram causados por “restrições meteorológicas, tráfego aéreo e grande fluxo de passageiros nos aeroportos”. A Gol, por sua vez, afirmou que “para os passageiros da companhia, o fim de ano foi de tranquilidade nos aeroportos”. A empresa ainda disse que “rodou normalmente e com índices de eficiência operacional dentro da média do setor”.
A TAM afirmou que os atrasos e cancelamentos “foram causados principalmente por problemas meteorológicos em algumas cidades, manutenções não programadas ou ajustes na malha”. Ainda de acordo com a empresa, “entre os dias 27 e 29 de dezembro, as operações internacionais da companhia foram prejudicadas pelo fechamento do Aeroporto John Fitzgerald Kennedy (JFK), em Nova York, por causa das fortes nevascas que atingiram o noroeste dos Estados Unidos”. A Azul teve no fim de 2010 quase o dobro de voos do que no mesmo período de 2009, mas os atrasos ficaram perto dos 10%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.