Atraso no pagamento adia obra no aeroporto de Cumbica

Prevista para começar em abril, a terceira fase das obras na pista do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, a mais movimentada do Brasil, está adiada e não tem data para ser retomada. Ao lado da pista há montes de terra e tratores parados. Nesta quinta, na véspera do feriado prolongado, os 253 trabalhadores que atuavam na reforma e na ampliação da pista do aeroporto terão o prazo de aviso prévio vencido e serão dispensados.

O consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, Constran e Serveng não recebeu R$ 14 milhões pelos serviços prestados nos meses de outubro, novembro e dezembro. As empresas apontaram a falta de pagamentos por parte da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) como o motivo para a dispensa dos trabalhadores.

A reforma na pista principal de Cumbica, autorizada em agosto do ano passado, foi dividida em três partes. As duas primeiras foram concluídas em novembro, quando se iniciou a temporada de férias. De novembro a fevereiro, foram realizados serviços de pavimentação e de drenagem em outras áreas do aeroporto.

Em abril, haveria a retomada das obras na pista principal. Estava prevista a conclusão de um trecho de 1,2 quilômetro, equivalente a um terço da pista. Também seriam realizadas as obras das pistas de saída rápida, além do pátio remoto – local onde as aeronaves estacionam para aguardar seus vôos. O adiamento das reformas vai retardar a melhoria na qualidade de um trecho da pista que ainda não foi pavimentado, já bastante desgastado, e a construção de locais para estacionamento das aeronaves.

O adiamento das obras está longe de ser uma decorrência da falta de dinheiro. A Infraero dispõe de cerca de R$ 1 bilhão em caixa do PAC para investimento na obra, além de receita própria. Segundo o engenheiro Severino Pereira de Rezende, diretor de engenharia da Infraero, a empresa está impedida de efetuar os pagamentos por causa de questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quanto aos preços praticados no contrato. Atualmente, a reforma do Aeroporto de Goiânia, em Goiás, está paralisada, porque TCU e Ministério Público Estadual contestam o contrato.

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