Na tentativa de evitar a cassação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), virou até ?corretor? para agradar colegas. No sábado, ele telefonou para Cristovam Buarque (PDT-DF) e ofereceu uma sala bem mais ampla e melhor no Senado. Eleito em 2002, o pedetista já tentou, ao menos duas vezes, mudar de gabinete, sem sucesso. Mas Cristovam não quis o gabinete, cujo dono era o adversário político Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou para escapar de processo por quebra de decoro.

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A distribuição de ?agrados?, avaliam senadores, já faz parte da tática de Renan de evitar eventual cassação na votação secreta em plenário. Nos últimos dias, o peemedebista reviu a estratégia de adiar seu processo no Conselho de Ética.

Na quinta, ele havia articulado com objetivo de deixar para agosto, após o recesso, pedido do Conselho para a Polícia Federal aprofundar investigações sobre recibos de venda de gado apresentados pelo próprio senador. A Mesa se reúne hoje para tratar do assunto; ainda é possível, avaliam senadores, que algum senador peça vistas ao pedido e adie a decisão.

Ontem, um mês e meio após o início das acusações, Renan decidiu se considerar impedido de qualquer iniciativa ligada a seu processo. Ele informou ao presidente do Conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que quem responde agora sobre seu processo é o 1º vice-presidente, Tião Viana (PT-AC). Ao mesmo tempo, telefonou para integrantes da Mesa garantindo que não há manobra para adiar mais uma vez o seu processo.

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