Depois de ser preso injustamente, o ator Vinícius Romão, de 26 anos, tenta reaver os objetos que entregou na 25ª DP (Engenho Novo) na noite em que foi detido acusado de ter assaltado a copeira Dalva Moreira da Costa, de 51. Ele prestou nesta segunda-feira depoimento na Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol), órgão que apura “se houve irregularidades na prisão” e na conduta dos policiais, e investiga o desaparecimento dos pertences de Romão.

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“Depois de um mês consegui prestar meu depoimento de frente para alguém. No dia que fui preso injustamente, meu depoimento foi feito atrás das grades. O trâmite inicial foi completamente errado, mas dessa vez foi tudo certo”, afirmou. Para a Coinpol, ele contou sobre a prisão, em 10 de fevereiro, os 16 dias detido e a constatação do sumiço dos objetos pessoais.

Ao ser preso, Romão entregou um par de tênis, uma braçadeira, dois celulares e um fone de ouvido antes de entrar na cela da 25ª DP. Os pertences, estimados em R$ 900, deveriam ter sido colocados em um saco plástico e entregues pelos policiais ao pai do ator, o militar reformado Jair Romão. No momento da retirada, o militar deveria ter assinado uma declaração em que os pertences do filho estivessem listados. No entanto, apenas a carteira do ator, com documentos e R$ 10, foram devolvidos e nenhum documento foi assinado.

Há duas semanas, Jair Romão e o advogado Rubens Nogueira de Abreu comunicaram o desaparecimento dos objetos de Vinícius ao delegado responsável pelo caso, Niandro Lima. Passada uma semana, e sem nada resolvido, Lima abriu um processo para investigar o caso.

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Desde que saiu da penitenciária, Vinícius usa as redes sociais e um celular emprestado por uma amiga para manter contato com amigos e familiares. “Me sinto usado. Já fui preso injustamente e ainda fui roubado. Se eu fizesse um boletim de ocorrência sobre tudo que perdi onde seria? “, questionou.

A Coinpol também avalia a conduta do policial da 11ª DP (Rocinha), Waldemiro Antunes de Freitas Junior, que efetuou a prisão, e do delegado de plantão da 25ª DP, William Lourenço Bezerra, que registrou o caso como flagrante. Formando em Psicologia, Vinícius trabalhava como vendedor em uma loja de roupas e aguarda a audiência na Justiça para retomar a vida normalmente. “Estou me resguardando porque tenho receio de que alguém tente fazer alguma coisa contra mim. Estou lidando com um órgão de muito poder”. Na sexta-feira, a Polícia prendeu Dione Mariano da Silva, de 24, por porte ilegal de arma. Ele é suspeito de ser o verdadeiro assaltante da copeira.

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