Brasília – Em busca da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê a expropriação de terras onde for constatada exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravidão, a Subcomissão Temporária do Trabalho Escravo vai promover no dia 12 de março, na Câmara dos Deputados, um ato nacional para chamar a importância dos parlamentares sobre a importância da medida.

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?Estamos fazendo contato com todas as bancadas na Câmara dos Deputados, com todos os líderes, para convencê-los da importância de o Brasil oferecer um instrumento fundamental para contribuir na luta para a erradicação do trabalho escravo, no ano em que o mundo comemora 60 anos da declaração universal dos direitos humanos?, destacou o presidente da subcomissão, senador José Nery (P-SOL-PA), em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia.

De acordo com Nery, parte do setor rural, ligada à área empresarial, principalmente da Região Norte do país, tem resistência à aprovação da PEC.

Segundo o senador, em fevereiro foram libertados 35 trabalhadores em Paragominas (PA). Ele cita o caso de um trabalhador que conseguiu fugir da fazenda, apresentou denúncia ao Ministério do Trabalho, mas depois foi capturado e teve o corpo marcado com ferro quente. Esse trabalhador está sob proteção da Secretaria de Direitos Humanos do Pará, de acordo com o parlamentar.

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O estado, destacou Nery,  é o que tem o maior número de trabalhadores encontrados em condições ?degradantes?. Ele destaca que 90% dos trabalhadores explorados em condições análogas às de escravidão no Pará vêm do Nordeste, principalmente do Maranhão.

?O que significa que, além do trabalho repressivo de fiscalização, é preciso garantir condições mínimas de sobrevivência, de dignidade, de trabalho e de educação aos trabalhadores das regiões fornecedoras de mão-de-obra escrava, especialmente o Maranhão, que lidera essa estatística?, completa.

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Casos de exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravidão podem ser denunciados ao Ministério do Trabalho, pelo telefone 0800610101. As denúncias podem ser anônimas.