Manifestantes voltaram a bloquear importantes vias de São Paulo na noite de terça-feira, 6. De acordo com a Polícia Militar, um grupo de 150 pessoas protestou contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em diversas ruas da região central. As Avenidas 23 de Maio e Paulista chegaram a ser fechadas.

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A concentração do protesto começou na Praça da Sé, às 17 horas. Cerca de uma hora depois, os manifestantes deram início à marcha pelas ruas do entorno. Eles passaram pelo bairro da Liberdade, fecharam o trânsito em vias como as Ruas Vergueiro e São Joaquim e chegaram a bloquear um sentido da Avenida 23 de Maio, por volta das 19h30. Os manifestantes foram, em seguida, para a Avenida Paulista e fecharam a pista no sentido da Rua Consolação por 40 minutos. O tráfego só foi totalmente liberado às 21 horas.

A pauta do ato era diversificada, embora centrada na crítica ao governador do Estado. Entre os motivos apontados pelos manifestantes estavam o pedido de saída de Alckmin, as denúncias de formação de cartel nas licitações do transporte sobre trilhos em São Paulo, o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, zona sul do Rio, e a desmilitarização da Polícia Militar. A manifestação também queria chamar a atenção para o grupo que acampa desde a sexta-feira, 2, na frente do Palácio dos Bandeirantes e convidar mais pessoas para conhecer esse movimento.

“Aqui tem anarquistas, socialistas, libertários. Pessoas de todos os lugares da cidade e de tudo quanto é idade”, afirmou o estagiário e estudante de Direito Vinícius Rogério Costa, de 28 anos, que estava entre os manifestantes. Costa contou que um motivo específico o levou ao protesto de terça-feira, 6: “Antes diziam que não era só por 20 centavos. Pois eu estou aqui hoje por causa dos R$ 700 milhões de verba pública que deveriam ter ido para o metrô e ficaram com as empresas”, afirmou. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no sábado, 3, aponta que superfaturamento de licitações em São Paulo e no Distrito Federal pode ter chegado a R$ 577 milhões.

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Vigilância

Durante todo o trajeto, o protesto foi acompanhado por 120 policiais militares – quase um para cada manifestante. Na Avenida Paulista, cerca de 30 viaturas faziam o bloqueio das pistas enquanto as pessoas conversavam e discutiam política na altura do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

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Apesar das ironias, como uma manifestante que segurava uma coxinha para provocar os policiais, não houve confronto. Um oficial foi destacado para negociar com o grupo e, após elogiar a postura dos presentes e garantir que a PM vai apurar possíveis excessos cometidos por policiais em dias anteriores, convenceu-os a deixar a via.

Segundo o major Levi Rios de Souza, os bloqueios foram feitos para garantir a segurança dos manifestantes. “Foi um protesto pacífico, tranquilo. Não houve problema nenhum”, disse. Após o fim do ato, parte dos manifestantes foi para o Palácio dos Bandeirantes em solidariedade aos acampados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.