Parte dos porcos que seriam sacrificados em um frigorífico e ficaram feridos após o caminhão que os transportava capotar, nesta terça-feira, 25, precisou passar por eutanásia devido à gravidade das lesões. Ao menos 40 animais tiveram os membros decepados, os ossos quebrados e os órgãos dilacerados em um acidente no km 14 do Trecho Oeste do Rodoanel. Devido aos ferimentos, veterinários ligados a movimentos de defesa dos animais precisaram sacrificar os bichos.

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De acordo com Silvia Pompeu, de 53 anos, da ONG Rancho dos Gnomos, outros 30 porcos que sobreviveram foram levados para um santuário animal, em São Roque.

“O que aconteceu com esses animais foi um festival de horrores. É inadmissível ver a forma como eles foram manejados durante o acidente”, afirmou. Segundo ela, equipes do Frigorífico Raja, responsável carreta que tombou na pista, amarraram cordas em volta dos pescoços dos bichos e os puxaram com tratores.

Durante o processo em que eram arrastados para outro caminhão, os porcos ficaram presos em pontas de ferro e tinham as patas arrancadas. “Eles tinham as pernas, a coluna e as bacias quebradas. É inadmissível ver uma forma de vida ser tratada desta forma.” A imagem dos porcos presos e amontoados na carroceria do veículo foi transmitida por emissoras de televisão. A imagem chocante revoltou entidades de proteção animal.

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Grupos de veterinários se dirigiram até o Rodoanel e, mesmo sem poder entrar dentro do veículo para retirar os bichos, aplicaram analgésicos e morfina pelo lado de fora, para aliviar a dor dos bichos que não paravam de guinchar. “Nós não presenciamos nenhum veterinário do abatedouro cuidando dos animais. Para o frigorífico era apenas comida. Alguns tiveram que tomar morfina para aguentar a agonia profunda”, afirmou a ativista. A reportagem entrou em contato com o frigorífico mas ninguém quis se pronunciar.

‘Vaquinha’

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Até o final da tarde desta quarta-feira, 26, a “vaquinha” para arrecadar dinheiro em prol dos porcos tinha arrecadado pouco mais de R$ 161 mil. Segundo a ONG Vista-se, que organizou a arrecadação pela internet, o dinheiro será usado para os gastos com alojamento, tratamento, remédios e alimentação para os animais feridos. A meta é arrecadar R$ 300 mil. Caso as doações ultrapassem, o restante da verba será destinado a ONGs de proteção animal.