Sete ativistas invadiram o laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da Faculdade de Medicina da PUC, em Campinas, no interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 24, para filmar o uso de porcos em aulas. Cinco animais vivos, sedados, passavam por cirurgias experimentais de traqueostomia – abertura de um orifício na traqueia para permitir a respiração artificial – durante uma aula do curso de Medicina.
Imagens da ação postadas na internet mostram quando dois dos sete invadem a aula, enquanto os alunos do terceiro ano operam os porcos. A PUC tem permissão para uso dos animais em aula e diz seguir as normas da Comissão de Ética e Uso de Animais.
O porta-voz da universidade, o diretor adjunto do Centro de Ciências da Vida da PUC-Campinas, José Gonzaga de Camargo, que também é professor na Medicina, disse que o uso de porcos, que têm anatomia semelhante à de um ser humano, é imprescindível para a formação dos alunos.
Os porcos usados em outras modalidades de aula e depois são sacrificados. Participaram do ato, ativistas das entidades Frente de Libertação Animal e da Compaixão Informação e Atitude Animal.
O presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Animais, Flavio Lamas, disse que o vídeo foi para mostrar que “cinco porcos são mortos para uma única aula de medicina”. “É preciso adotar práticas substitutivas para minimizar esse uso de animais. Filmagens e outras simulações podem servir”, afirmou Lamas. “Eles dizem que é preciso testar no animal para fazer direito depois. Mas citamos como exemplo o piloto de avião, que tem que passar horas em um simulador, depois vai ser copiloto.”
Para o porta-voz da PUC, em alguns casos é possível o uso de bonecos ou similares, mas não para a Medicina na prática cirúrgica. O aluno da PUC Caio Torres defende o uso de animais. “Se tirarem esse recurso, com que grau de segurança poderemos atuar depois em pessoas, correndo o risco de errar.”
O professor, que dava a aula, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, por suposta ameaça. Imagens das câmeras da universidade vão ajudar a identificar os manifestantes.