Até 2008, Brasil quer crianças sem aids

É possível evitar em mais de 99% a transmissão do vírus da aids da gestante para o bebê, a transmissão vertical, caso o diagnóstico seja rápido e a mãe receba tratamento adequado com medicamentos anti-retrovirais. Evitar esse contágio de mãe para filho, que pode acontecer na gestação, no parto ou na amamentação, é uma das quatro linhas de ação da campanha Unidos com as Crianças e os Adolescentes. Unidos Vamos Vencer a Aids!, lançada ontem. A iniciativa, no Brasil, é uma parceria entre o Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A taxa de transmissão vertical no Brasil é hoje de 7% e é responsável por 88% das infecções pelo vírus entre crianças e adolescentes de até 13 anos. A intenção da campanha é que nenhum bebê nasça com HIV no Brasil até 2008.

Segundo o coordenador do Programa Nacional de DST e Aids, Pedro Chequer, ?em relação ao HIV, chegar a zero ainda não é factível, mas podemos chegar próximo a zero, a 0,5% ou 0,8%?, afirma. Para alcançar essa meta serão capacitados profissionais de saúde e distribuídos 50 mil testes rápidos de HIV para gestantes. A prioridade dos testes é atender regiões do semi-árido nordestino, porque são locais onde as mulheres têm mais dificuldade no acesso ao pré-natal e a testes de HIV durante a gravidez. Atualmente, 70% das gestantes fazem o teste de aids em todo o país e 63% conhecem o resultado antes do parto.

Eliminar a transmissão de sífilis de mãe para filho também é uma meta a ser alcançada até 2008, segundo Pedro Chequer. ?É factível chegar a zero, basta solicitar que se faça o teste e se trate adequadamente a gestante. Depende basicamente da mobilização dos setores de saúde e das organizações não-governamentais de demandar a implementação deste serviço em nível local?, garante.

As outras linhas de ação da campanha são realizar nas escolas um programa de prevenção com adolescentes e medidas relacionadas à cooperação entre países Sul-Sul para ampliar o acesso aos medicamentos anti-retrovirais, ao teste rápido do HIV para gestantes e ao treinamento de profissionais de saúde.

Objetivo é prevenir sete milhões de adolescentes

Brasília (ABr) – Levar informações sobre prevenção do HIV a cerca de 7 milhões de adolescentes de escolas de ensino médio de todo o Brasil. Esse é um dos objetivos da campanha ?Unidos com as Crianças e os Adolescentes. Unidos Vamos Vencer a Aids!?, lançada ontem, no Brasil. A iniciativa no país é uma parceria do Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Os estudantes vão receber informações e interagir com a campanha respondendo a questionários para avaliar a vulnerabilidade à epidemia. O objetivo é mostrar aos jovens que eles têm a oportunidade e a responsabilidade de proteger a si e aos seus parceiros da epidemia. ?Os adolescentes têm que ser informados, e aqueles que têm vida sexual ativa têm que ter acesso a preservativos?, avalia o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Dados do relatório mundial sobre a situação da epidemia em 2005, divulgado segunda-feira pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que as informações sobre transmissão de aids ainda são escassas entre os jovens brasileiros. Ao serem questionados, apenas 62% dos jovens entre 15 e 24 anos souberam responder como se transmite o HIV. Atualmente, 21 mil crianças e adolescentes de até 19 anos vivem com o vírus no Brasil.

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